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O taxista Eduardo Gbur recebia R$ 17,5 mil por mês da Assembleia, mas em depoimento ao MP confessou que ficava com apenas R$ 800 do total | Reprodução RPC TV
O taxista Eduardo Gbur recebia R$ 17,5 mil por mês da Assembleia, mas em depoimento ao MP confessou que ficava com apenas R$ 800 do total| Foto: Reprodução RPC TV

O taxista Eduardo José Gbur, que constava na lista de funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná até março, quando teve início a série de reportagens "Diários Secretos" da Gazeta do Povo e da RPC TV, atuou como cabo eleitoral do deputado estadual Alexandre Curi (PMDB). O nome dele está na prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006 pelo parlamentar. De acordo com o relatório, Gbur recebeu R$ 700 por mês em agosto e setembro daquele ano. No mesmo período, segundo dados da ficha funcional na Assembleia, ele era servidor público do Legislativo, com salário de R$ 17,5 mil.

Em depoimento ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), o taxista confessou que recebeu pagamentos da Assembleia Legislativa do Paraná sem trabalhar. Reconheceu que ficava com apenas R$ 800 do valor total do salário e que o dinheiro era entregue pelo tio dele, Daor de Oliveira. Ainda de acordo com o depoimento, foi Daor quem pediu para que uma conta bancária fosse aberta para o depósito dos salários. Daor também constava na lista de funcionários do Legislativo. Ele foi denunciado pelo MP por arregimentar pessoas para cederem os nomes para nomeações irregulares. Com mandado de prisão preventiva expedido, ele está foragido há três semanas.

Depósitos

A ficha funcional indica que Gbur é funcionário do Legislativo desde 1995. Nos últimos nove anos, os depósitos para ele somaram R$ 1,4 milhão. Ao total, nove parentes do taxista fariam parte do esquema que teria desviado, só por meio da família, R$ 13 milhões dos cofres públicos. Daor é corretor de imóveis e trabalhava na mesma sala comercial, em um prédio no centro de Curitiba, no qual funciona uma empresa do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, de quem disse ser amigo. O corretor conseguiu emprego para Roseli do Rocio Luccas de Oliveira (esposa), Luiz Alonso Luccas de Oliveira (filho), Maureen Louise de Oliveira (filha), Clori de Oliveira Gbur (irmã), Pierre, Alessandro e Eduadro Gbur (três sobrinhos), e para Glaucilene de Souza Gbur (esposa de Pierre) e Thayse Pereira Gbur (esposa de Alessandro).

Outro lado

O deputado estadual Alexandre Curi informou que não conhece o taxista Eduardo José Gbur e que ele não era o responsável direto pela contratação de pessoal durante a campanha. O empresário Benoni Constante Manfrin foi o coordenador da campanha do deputado na capital e declarou ter contratado o taxista. "Eu me lembro dele. Era uma liderança política que me foi indicada pelo Ed Abib [irmão de Abib Miguel e ex-vereador de Curitiba]", disse. Manfrin afirmou que não sabia que o taxista tinha vínculo com a Assembleia. "Eu não contrataria, e depois declararia para o TSE, um funcionário público", argumentou.

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