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Bibinho e Hermas (dir.): “Não vejo maldade nisso”, diz ex-deputado | Reprodução/vídeo
Bibinho e Hermas (dir.): “Não vejo maldade nisso”, diz ex-deputado| Foto: Reprodução/vídeo

Abib Miguel é muito visitado no escritório que mantém em um edifício no Centro Cívico, em Curitiba. Imagens do sistema de segurança do prédio foram requisitadas pelo Ministério Público (MP) justamente para provar que Bibinho mantinha uma rotina normal, mesmo alegando estar com distúrbios psiquátricos. A Gazeta do Povo teve acesso aos vídeos. As imagens mostram a presença constante de Cláudio Marques da Silva e José Ari Nassiff, ex-diretores da Assembleia Legislativa, no escritório de Bibinho. Quem também frequentou o local, ao menos uma vez, em 26 de setembro do ano passado, foi o ex-presidente da Assembleia Hermas Brandão – hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná. A visita durou quase uma hora, das 14h17 às 15h01.

Procurado pela Gazeta do Povo, Hermas disse que não estava sabendo da prisão do "amigo". "Eu visitei ele numa ocasião, mesmo. Ele é meu amigo e eu não vejo maldade nenhuma nisso", disse o conselheiro. "Não conversamos nada sobre processo. Só futilidades. Veja, eu sou conhecido dele e ele me conhece há mais de 40 anos. Não é porque ele está respondendo processo que eu vou deixar de falar com ele. Tudo está na Justiça e temos que aguardar. Cada um tem que responder pelos seus atos", declarou o ex-deputado. Em entrevista à RPC TV, Hermas disse que, quando esteve no escritório, considerou que Abib Miguel estava normal e não aparentava sofrer de problemas psiquiátricos.

Já o advogado Marden Maues, que defende Cláudio Marques da Silva, disse não ver problema em acusados de um processo manterem contato frequente. "O que não pode é a relação com testemunhas." Segundo Maues, o Supremo Tribunal Federal já decidiu, inclusive, que não há ilegalidade em acusados elaborarem conjuntamente a mesma tese de defesa. O advogado confirma também que esteve algumas vezes no escritório do ex-diretor-geral da Assembleia.

A reportagem tentou contactar Nassiff ou algum advogado dele. Mas não conseguiu localizá-los.

Peça-chave

Peça-chave nas denúncias contra Bibinho por ter prestado depoimento contando detalhes de como funcionava o esquema de desvio de recursos na Assem­­­bleia, o contador Douglas Bastos Pequeno também aparece várias vezes nas imagens do corredor que leva ao escritório de Abib Miguel.

Bastos Pequeno declarou que Bibinho ficava com vários cartões e senhas de contas bancárias de funcionários fantasmas. Segundo o MP, 16 parentes do contador tiveram cargos na Assembleia, sendo que nenhum de fato cumpria expediente na Casa. Na época do depoimento, no ano passado, Pequeno disse que não tinha mais contato com o ex-diretor e que tinha medo dele. A reportagem não conseguiu contato com ele ou com seus advogados.

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