João sempre gostou de acompanhar os pais nos dias de eleição. Vibrou quando descobriu que completaria 16 anos na época em que o povo elegeria um novo presidente. Fez o título de eleitor, mas será que soube escolher seu candidato?| Foto:

Para ir às urnas

O artigo 14 da Constituição Federal garante que, em uma eleição, a escolha popular é soberana e deve ser feita por meio de voto direto e secreto. É obrigado a votar todo cidadão brasileiro alfabetizado que tenha mais de 18 anos e menos de 70. O voto é facultativo para analfabetos, idosos com mais de 70 anos e jovens que têm 16 ou 17 anos.

A ausência na eleição deve ser justificada no dia do pleito ou nos 60 dias posteriores. Cada turno conta como uma eleição. Quem não justificar fica em situação irregular com a Justiça Eleitoral e não pode tirar passaporte e documento de identidade nem se inscrever em concurso, prova para cargo ou função pública ou obter empréstimos de órgãos estatais.

O eleitor que não votar em três eleições consecutivas, não justificar a ausência e não quitar a multa – de R$ 3,51 por eleição – terá a inscrição cancelada e, após seis anos, excluída do cadastro de eleitores.

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Assim como João, outros milhares de jovens vão votar neste ano pela primeira vez. Caberá a eles, juntamente com os outros 130 milhões de eleitores, a missão de escolher quem estará à frente das principais decisões políticas, econômicas e sociais do Brasil nos próximos anos. "O voto é o momento mais ativo de participação política. É quando o cidadão tem certeza de que será ouvido e o momento que ele realmente pode mudar a sua realidade", diz o sociólogo e mestre em Sociologia Política Doacir Gonçalves de Quadros, professor da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter).Se bons políticos no poder conduzem o país rumo ao desenvolvimento, o contrário também é válido: políticos pouco comprometidos só reproduzem altos índices de desigualdade social, violência urbana e exclusão. Porém, apesar de a eleição envolver questões altamente relevantes a todo e qualquer cidadão, muitos não se preocupam e não escolhem bem seus candidatos.

"Há uma certa descrença e também desinteresse. As pessoas não procuram saber sobre política e buscam informações só em vésperas de eleição", afirma Quadros.

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É comum recorrer a amigos, parentes e vizinhos para pedir dicas de candidatos. Assim, o voto que é individual e intransferível acaba sendo repassado a outra pessoa. "Existe a ideia de que um voto não significa nada no todo. O próprio sistema eleitoral faz com que o eleitor tenha essa sensação de afastamento, que é falsa, porque todos os votos têm o mesmo peso", diz o cientista político Carlos Strapazzon, professor do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba).