A decisão da família de José Alencar pela cremação do corpo do ex-vice-presidente trouxe à tona novamente a ação judicial movida pela professora aposentada Rosemary de Morais, de 55 anos para ser reconhecida como filha do político.
A família alega que atendeu a um pedido do próprio Alencar, mas hoje, durante o velório realizado no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), circularam informações de que o corpo de Alencar poderia ser enterrado ao invés de cremado - funcionários do Cemitério do Bonfim, na capital, chegaram a ficar de prontidão no palácio.
Especulações de que a decisão pela cremação poderia levar à anulação da possibilidade de prova material - obtida por meio do exame de DNA - causou desconforto entre familiares e outros presentes. Rosemary, que mora em Caratinga (MG), ameaçou comparecer ao velório, mas acabou desistindo, com receio de "se sentir uma intrusa".
"Penso que é um direito deles. O certo seria colher material (genético) dele antes de fazer a cremação. Não sou eu que tenho de provar, eles é que têm", afirmou Rosemary. "Nem quis ir ao velório para não dar motivo, para não atrapalhar em nada, dizer que eu fui atrás de mídia. Estou quieta no meu canto".
Para o advogado da professora aposentada, Geraldo Jordan de Souza Júnior, caberia à família do ex-vice-presidente fazer a reserva do material genético para contestar a alegação de paternidade, uma vez que sua cliente foi declarada filha legítima pelo juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro, da Vara Cível de Caratinga.
Após a cerimônia, Antônio Gomes da Silva, irmão de Alencar, negou qualquer vínculo entre a cremação do corpo e a ação de paternidade. "De jeito nenhum", resumiu. "Foi uma decisão que tinha de partir da mulher e dos filhos. Tem que consultar todos".
Rodrigo Guarçoni, sobrinho do ex-vice-presidente, também negou qualquer relação. "Esse é um assunto que está na Justiça. A nossa posição é a do doutor Alencar", disse. "Mais do que inconveniente, (esse assunto) está sendo desrespeitoso", reclamou o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PMDB).
Processo
Em julho do ano passado, o juiz de Caratinga concedeu à professora aposentada o direito de adotar o sobrenome do então vice-presidente, em ação de investigação de paternidade instaurada em 2001. A defesa de Alencar recorreu e o processo - que corre sob sigilo - será remetido para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).
Durante o processo, a defesa de Alencar pediu a extinção da ação. O ex-vice-presidente se recusou a conceder material genético para a realização do exame de DNA. O fato foi considerado pelo juiz de Caratinga como presunção de paternidade.
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