José Alencar fará falta ao governo e à oposição, segundo paranaenses de campos opostos no cenário político federal. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, lembra que o ex-vice-presidente foi voz ativa durante a gestão Lula e um amigo e conselheiro de Dilma Rousseff. Já o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, diz que ele atuava como um "reforço" da oposição ao criticar a condução da política de juros do governo.
"José Alencar cativou a todos pela forma suave de tratar as coisas, mas também pela firmeza nas posições políticas. Ele sempre dizia claramente o que pensava, discutia abertamente com o presidente Lula, sem qualquer receio", afirma Paulo Bernardo.
O ministro também recorda que, quando comandava a pasta do Planejamento (entre 2005 e 2010), costumava receber ligações de José Alencar. "Ele questionava, mas sempre fazia tudo em tom de pedido. Tinha muito carisma e, além disso, era carinhoso, sabia cativar. Para mim, é um caso raro de político que virou unanimidade enquanto vivo."
Na visão de Alvaro, Alencar contribui para o trabalho da oposição por ter tido coragem de atacar a alta de juros promovida pelo Banco Central. "Muitas vezes ele ficava do nosso lado. A voz independente dentro do governo tinha credibilidade, o que colaborava com o nosso trabalho", diz o senador.
O tucano também afirma que Lula não teria condições de vencer as eleições de 2002 sem Alencar como vice. "Havia setores importantes do empresariado que não toleravam o PT. Alencar foi um vice que trouxe confiabilidade ao discurso do Lula."
Na mesma linha, o secretário nacional de comunicação do PT, o deputado paranaense André Vargas define o ex-vice-presidente como um "fiador" de Lula. "Ele fez a intermediação entre o que nós pensávamos e a iniciativa privada. E não foi só por interesse político pessoal. No fundo, José Alencar sempre foi um grande patriota."
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