Evento reuniu, em Curitiba, jornalistas, desenvolvedores, engenheiros e matemáticos, que apresentaram ideias de aplicação das informações públicas para ampliar a transparência| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Um dia para arejar novas ideias e travar contatos importantes. É assim que os participantes do Transparência Hackday, evento idealizado pela Gazeta do Povo e coordenado pela ONG Transparência Hacker, em Curitiba, que aconteceu em pleno feriado da Independência, avaliam a experiência. Ao longo de uma manhã e uma tarde, cerca de 40 jornalistas, desenvolvedores, engenheiros e matemáticos criaram ideias de aplicação prática de dados públicos extraídos da internet. "Basicamente, nós pegamos informações que estão dispersas pela internet e que não fazem muito sentido isoladamente e criamos estratégias para condensá-las e apresentá-las ao público, seja por meio de aplicativos e gráficos, seja por meio de matérias jornalísticas", resume a jornalista da Gazeta do Povo Katia Brembatti, uma das participantes do evento.

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O Transparência Hackday é o segundo evento do gênero que acontece em Curitiba e segue os moldes de encontros similares que acontecem em diversas cidades do mundo. Reunidos no espaço cedido pela NET Curitiba, nas Mercês, os participantes, munidos de seus próprios computadores, são apresentados e divididos em grupos de trabalho. "Essa interação com diferentes comunidades, como jornalistas e programadores, é muito interessante e amplia nossa visão de mundo para outros termos, outras preocupações. Nunca tinha participado de algo assim e gostei", avalia o programador Wellton Costa, doutorando em Engenharia e Automação de Sistemas, que veio de Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, para o evento. Com a ajuda de colegas, ele começou a desenvolver um aplicativo para desktop e para celulares android com dados do site Transparência Brasil, e relaciona todas as informações com o nome do pesquisado. "Aquilo que se faz manualmente no site, ele fará automaticamente", explica.

Mudanças sociais

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O jornalista e ativista Philippe Trindade, que trabalha em uma empresa desenvolvedora de software livre para a web, também aproveitou o Transparência Hackday. Sua equipe começou a desenvolver uma espécie de rede social de vereadores de Curitiba, com toda a atividade parlamentar individualmente disposta na timeline de cada político. "Enquanto o país ainda patina para entender o que são dados abertos e a importância do acesso a esse tipo de informação pública, os participantes da Transparência Hacker está agindo. Isso gera a pressão pelo exemplo do que o governo deveria estar fazendo, e é um ingrediente importante da mudança social", opina.

O líder da Transparência Hacker, Pedro Markun, também avaliou positivamente o evento. Para ele, o dia foi embalado pela onda de protestos no Brasill: "Há uma energia renovada. Vi muita gente trocando cartão, acho que vão sair alguns projetos e matérias de jornal interessantes. E é importante fazer esse tipo de encontro em várias cidades porque a preocupação é sempre mais voltada para o local". Markun completa: "O mais importante não é tanto o produto, mas o amadurecimento do pensamento técnico e do pensamento político da sociedade, e por isso o saldo é altamente positivo". Os resultados dos projetos desenvolvidos ao longo do Hackday serão disponibilizados na seção Política Cidadã da Gazeta do Povo.