Alunos e professores de seis universidades estaduais do Paraná atuarão na auditoria social sobre a implantação da Lei de Acesso à Informação (LAI Social) nas câmaras e prefeituras do estado. A princípio, serão 72 municípios com mais de 10 mil habitantes a serem fiscalizados sobre as informações dispostas nos portais municipais. A proposta partiu do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), e também conta com a participação de dez observatórios sociais em funcionamento nas cidades participantes.
A ideia, explica o coordenador do projeto do TCE, Ricardo Alpendre, é fazer uma radiografia da eficácia e cumprimento da Lei Federal nº 12.527/11 que dispõe a respeito da transparência da gestão fiscal e das informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária dos municípios. O objetivo, segundo ele, não é punir o que estiver errado, mas encontrar soluções para os problemas e oferecer informações com clareza para que o cidadão possa entendê-las.
Para tanto, diz o coordenador, o grupo estuda a metodologia da análise e pretende até criar uma ferramenta que auxilie os gestores na disposição dos dados. A avaliação terá como base critérios de atualização, autenticidade, integridade, navegabilidade, usabilidade, acessibilidade e consistência das informações. "Não basta cumprir a lei. As informações precisam ser claras e entendidas pelo cidadão comum", diz ele, que lembra ainda que outro ponto a ser avaliado é a possibilidade de gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos.
Na semana passada, foi dado início ao treinamento aos participantes por meio de ensino a distância (EAD), com a ajuda de softwares criados pela Diretoria de Tecnologia da Informação do TCE. O custo do LAI Social, que é patrocinado, financiado e coordenado pelo TCE, foi orçado em R$ 690 mil e deve ser concluído em junho do ano que vem, quando um relatório será apresentado. Junto dele, um ranking mostrará a situação de cada município avaliado.
Comunidade acadêmica
Ao todo são 76 alunos e professores na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste Paranaense (Unioeste) e Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A Unioeste participará com os campi de Foz do Iguaçu, Cascavel e Marechal Cândido Rondon. Os estudantes receberão bolsa-auxílio de R$ 700 durante a execução do projeto.
Para o professor de Administração Pública da UEM e um dos membros do Observatório Social de Maringá Manoel Quaresma Xavier, o projeto integra a necessidade acerca da transparência de informação e a importância do exercício da cidadania. "Nós nos perguntamos: será que a transparência está transparente? Esse questionamento parte do cidadão que, cada vez mais, tem interesse e necessidade de fiscalizar o poder público", afirma.
Já o estudante de Ciências Contábeis da UEM Luciano Nurnberg Peres, 27 anos, diz que em igual importância da fiscalização dos portais está o interesse da população em saber o que acontece em seu município. "Percebo que as pessoas não vão atrás das informações por falta de conhecimento, pela dificuldade no cruzamento dos dados. A ideia é facilitar isso e estimular o interesse", acrescenta. O trabalho pode ser acompanhado na página da Auditoria Social TCE/PR no Facebook.
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Deixe sua opinião