Com apenas três dias de existência, o Participatório (http://participatorio.juventude.gov.br), uma rede social idealizada pelo governo federal para debater questões pertinentes à juventude, contava com mais de 5 mil usuários e pouco mais de 150 tópicos de debates abertos até o fim da tarde da última sexta-feira. Na rede, que no início foi acusada de ser chapabranca por ser hospedada pelo governo e contar com moderação prévia de comentários e tópicos, já começam a aflorar posições controversas em comunidades e debates. "Fora Dilma, Fora PT, Não Lula" e "Pena de morte e prisão perpétua para assassinos" são algumas comunidades que contam com um número expressivo de adeptos.
Comportamento típico
Dentro da página de debates, os comentários de muitos internautas demonstram exemplos de discussões que revelam um choque de opiniões pré-formadas. Esse comportamento é típico da internet, segundo a analista de redes sociais Lígia Garcia Guimarães. "Nas redes, as pessoas se sentem mais à vontade para expor o que pensam, mesmo que não tenham pesquisado muito sobre o assunto e repliquem opiniões colhidas na própria internet."
Ela classifica o usuário inflamado como "hater" (aquele que odeia, em inglês). "Você pode expor todos os seus argumentos, eles não estão abertos a novas propostas e querem apenas criticar", explica Lígia.
Moderação
A existência de grupos com opiniões contrárias ao governo dentro de uma página oficial, entretanto, não deixa de ser um sinal da existência de democracia e liberdade de expressão no Participatório. Para a analista, contudo, é preciso transparência na moderação.
"A rede precisa estar aberta para conversar e ter um relacionamento com o usuário, e elaborar uma resposta clara [para a censura de comentários] para que não haja controvérsia", afirma Lígia. Entre as publicações vetadas pelo Participatório, segundo o termo de uso da rede social, estão as propagandas comerciais e políticas, as correntes e os materiais ofensivos e difamatórios.
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