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Quem ainda precisa enfrentar a burocracia para fazer ou regularizar o título de eleitor tem pouco mais de duas semanas, até o dia 7 de maio, para ficar em dia com a Justiça Eleitoral. É esse "acerto de contas" que vai garantir a participação do eleitor nas votações de outubro.

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No Brasil, o voto é obrigatório e quem não comparece às urnas tem sanções que vão de problemas para fazer documentos até impossibilidade de assumir cargos públicos. Porém, mais que os problemas administrativos, especialistas apontam que deixar de votar traz consequências para a democracia. "Viver em um sistema democrático tem o ‘ônus’, que é a participação. Se o cidadão quer ter vez e voz, ele tem de assumir esse papel que é escolher os representantes", comenta o professor de ciência política Marco Rossi.

Para ele, exercer o voto numa democracia é mais que um direito, mas um dever. "Se esse é um dos principais formatos de participação que temos, é ali que precisamos atuar", defende. Ele lembra que, neste ano, completam-se 50 anos do golpe que levou o país a uma ditadura militar e que votar conscientemente pode afastar a possibilidade de um novo governo autoritário. "Tivemos um tempo em que as pessoas não podiam se expressar nem escolher representantes. Agora há essa possibilidade", afirma Rossi.

O voto, seguido do acompanhamento dos eleitos é um exercício de cidadania que só melhora se for feito repetidamente. "Temos de votar sempre. Às vezes vamos nos arrepender. Mas sempre que persistimos no voto, essa instituição se fortalece", diz.

Votos válidos

Nas últimas três eleições, cerca de 30% dos eleitores se abstiveram de votar – com voto nulo, branco ou justificando a ausência no pleito. Do ponto de vista jurídico, essa ação é ineficaz, pois não inviabiliza a eleição do candidato que é mais votado entre os votos válidos.

No entanto, a situação indica um afastamento da sociedade no que diz respeito às questões políticas. "Isso tem a ver com a qualidade dos nossos políticos, mas também diz respeito a uma questão subjetiva, que é o fato de que o cidadão não entende que é preciso participar e que não é possível ser um indivíduo isolado das questões comuns", aponta o professor.

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