O esquema de desvios de recursos da Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato causou prejuízos de R$ 1 bilhão à Petrobras, de acordo com o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Nas petições entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki para abertura de inquéritos contra políticos, Janot afirma que os prejuízos “provavelmente superam” esse valor.
Nos documentos, o procurador-geral da República também aponta para a existência de quatro núcleos no esquema: político, econômico, administrativo e financeiro. Segundo Janot, o núcleo político é formado principalmente por parlamentares, que indicava e mantinha funcionários no alto escalão da Petrobras recebendo vantagens indevidas.
No núcleo econômico, Janot reforçou a participação das empreiteiras, através afirmação da formação de cartel para as obras da Petrobras e do pagamento de propina a diretores e agentes políticos.
O núcleo administrativo, de acordo com os documentos de Janot, é formado pelos funcionários do alto escalão da estatal, principalmente pelos diretores. As diretorias envolvidas no esquema são a de Serviços, na época sob o comando de Renato Duque; a Internacional, que foi comandada por Nestor Cerveró; e a de Abastecimento, que ficava sob o comando de Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
Por fim, Janot aponta para a existência de um núcleo financeiro, formado pelos operadores do esquema. A função dos operadores era receber a propina das empreiteiras e fazer o repasse aos demais envolvidos, mediante estratégias de ocultação da origem dos valores. O principal operador, segundo o MPF, é o doleiro Alberto Youssef – que também fez acordo de delação premiada. O lobista Fernando Soares e o tesoureiro do PT João Vaccari também fazem parte desse núcleo, de acordo com Janot.
Repasses
Segundo as petições do procurador-geral da República, havia pelo menos quatro maneiras de os operadores do esquema repassarem os valores aos destinatários finais das propinas. O modo mais comum consistia na entrega de valores em espécie aos parlamentares envolvidos. Segundo Youssef, a entrega era feita através de voos comerciais com valores ocultos no corpo ou em voos fretados.
Outra maneira de realizar os repasses era através de transferências eletrônicas para empresas ou pessoas indicadas pelos destinatários das vantagens indevidas ou o pagamento de bens ou contas em nome dos beneficiários.
Transferências e depósitos realizados em contas no exterior era outra forma de realizar os pagamentos. O dinheiro era enviado para contas em nome de empresas offshores de responsabilidade dos funcionários públicos ou de seus familiares.
Por fim, Janot aponta para a realização de doações legais de campanha como forma de realizar o pagamento de propina a políticos. O pagamento era feito pelas empreiteiras envolvidas diretamente aos parlamentares ou para o diretório nacional ou estadual dos partidos.
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