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Brasília - Em depoimento ao Mi­­nistério Público Federal, o delator do mensalão do DEM no Distrito Federal, Durval Barbosa, confirmou aos procuradores que o esquema de corrupção começou no governo de Joaquim Roriz, em 2002, já com a participação do então deputado José Roberto Arruda (sem partido), atual governador.

Segundo Durval, em 2005, Arruda recebeu a autorização de Roriz para "gerir" nichos dentro do governo para arrecadar recursos para a sua campanha de governador em 2006. A denúncia foi publicada ontem pelo portal iG, com base no depoimento que Durval prestou no início do mês, em São Paulo, no prédio da Procuradoria Regional da República da 3.ª Região.

No depoimento, Durval sustentou que foi procurado por Arruda, em 2002, quando comandava a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O esquema teria beneficiado especialmente Arruda, às vésperas das últimas eleições para governador, em 2005, quando a Codeplan fechou, entre junho e dezembro, "diversos contratos emergenciais com empresas de informática", que, embora "sob o controle de Arruda", foram feitos por "interferência" junto "ao próprio governador Joaquim Roriz".

Durval afirmou que, na época, Arruda deu diretrizes do esquema. "Arruda requereu a relação de empresas contratadas, a relação de contratos, valores dos contratos, faturas mensais, vencimentos e órgão ao qual estava vinculado o serviço", disse.

A reportagem procurou a assessoria do ex-governador Joaquim Roriz, mas não conseguiu localizá-lo para comentar a denúncia.

Na sexta-feira, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Fernando Gonçalves, relator do inquérito da Operação Caixa de Pandora, determinou uma análise dos contratos feitos pelo DF com empresas do setor de informática entre 2007 e 2009, gestão de Arruda. O ministro ainda pediu a tomada de novos depoimentos e ações de busca e apreensão.

Gonçalves ainda não analisou o pedido do Ministério Público Federal de quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados na operação da PF.

Expulsão

O comando nacional do DEM decidiu intervir na decisão do diretório regional do partido no Distrito Federal e determinou que termine amanhã a análise do processo de expulsão contra o presidente licenciado da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM). Líderes do partido, no entanto, continuam preservando o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), sob o argumento de que não há provas materiais contra ele.

Prudente foi flagrado em um dos vídeos apresentados pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, guardando dinheiro nas meias e que teriam origem no suposto esquema de corrupção do governador Arruda. O deputado tem até amanhã para apresentar sua defesa, mas o diretório só pretendia julgar o caso em janeiro.

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