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Transpetro é uma das principais subsidiárias da Petrobras. | Fred Bailoni/Petrobras
Transpetro é uma das principais subsidiárias da Petrobras.| Foto: Fred Bailoni/Petrobras

Balanço de 2014 da Transpetro – subsidiária da Petrobras para o transporte e logística – reconheceu um rombo de R$ 256,6 milhões no caixa da companhia por conta dos desvios descobertos pela Operação Lava Jato. “Com base em metodologia desenvolvida em conjunto com a Controladora (Petrobras), a Companhia (Transpetro) reconheceu, no terceiro trimestre de 2014, uma baixa no montante de R$ 256,6 milhões de gastos capitalizados referentes a valores pagos na aquisição de ativos imobilizados em períodos anteriores”, diz o documento “Demonstrações Contáveis 2014”, de 29 de abril.

Companhia não fez qualquer pagamento indevido, diz balanço

A Transpetro informou que não houve desvios por parte de seus agentes públicos e que dois escritórios de advocacia estão conduzindo uma investigação interna independente. “A Companhia não fez qualquer desses pagamentos indevidos”, informa o documento “Demonstrações Contábeis 2014”. O balanço diz que “informações que determinem o montante que foi cobrado adicionalmente pelos membros do cartel não se encontram nos registros contábeis” da Transpetro. Por isso, não foram detalhados valores nem os ativos. “Como eles foram feitos por empreiteiras e fornecedores, os valores exatos que foram gastos adicionalmente pela Companhia e usados para financiar pagamentos indevidos não podem ser identificados”, ressalta a Transpetro. O ex-presidente da subsidiária Sergio Machado não quis comentar o caso.

Em seu balanço, a Transpetro considerou os contratos de R$ 8,8 bilhões, feitos entre 2004 e 2012, com 27 empresas suspeitas de cartel e corrupção nas investigações da Lava Jato e aplicou um porcentual de 3%. “Representa os valores adicionais impostos pelas empreiteiras e fornecedores, utilizados por essas empresas para realizar pagamentos indevidos.”

Os beneficiários elencados são “partidos, políticos em exercício e outros agentes políticos, empregados de empreiteiras e fornecedores, além de ex-empregados do Sistema Petrobras”.

O documento tem como base os trabalhos da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers, que não cita nomes da subsidiária nem detalha quais ativos estão envolvidos.

É a primeira vez que a Transpetro reconhece oficialmente que houve perdas sob a rubrica “reflexos da Operação Lava Jato”. O ex-presidente da empresa Sergio Machado é o principal nome sob suspeita.

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