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O esquema de corrupção na Delegacia da Receita Estadual em Londrina funcionaria há cerca de 30 anos. Na última década, teria levantado R$ 60 milhões em propina e promovido a sonegação de R$ 500 milhões em impostos. A informação é do advogado de defesa Eduardo Duarte Ferreira, com base no depoimento do auditor fiscal Luiz Antônio Souza, que firmou acordo de delação premiada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Pelo acordo da delação premiada, que ainda é analisado pelo juiz da 3.ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, Souza terá de devolver parte do próprio patrimônio ao poder público e, em troca, deve ter a pena reduzida. O promotor Jorge Costa, do Gaeco, confirmou a existência do acordo, mas não revelou detalhes. “No momento, temos de aguardar a homologação desse acordo.” Essa delação premiada, acrescentou, é “um grande avanço” para as investigações da Operação Publicano, comandada pelo Gaeco de Londrina.

Depoimentos

O acordo rendeu, até a sexta-feira passada, 28 horas de gravações, em cinco encontros de Souza com os promotores. O auditor já teria falado sobre o esquema de favorecimento à prostituição de crianças e de adolescentes e está tratando de questões relativas ao esquema de corrupção na Receita Estadual. Na próxima semana, serão realizadas novas sessões de depoimentos.

Conforme Duarte Ferreira, Souza teria relatado que os auditores fiscais procuravam empresas com dívidas com a Receita para fazer a abordagem. Ao fazer acordo com os donos dos estabelecimentos, os auditores davam multas menores do que eram devidas. Além do “abatimento” da dívida, o esquema de auditores fiscais venderia “proteção” aos empresários que pagavam propina contra novas fiscalizações.

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