A campanha eleitoral oficial ainda não começou, mas a corrida para ocupar a principal cadeira do Palácio 29 de Março, sede da prefeitura de Curitiba, esquentou nos últimos dias. O quadro de políticos e aspirantes a políticos que se apresentam como possíveis postulantes ao cargo hoje ocupado por Gustavo Fruet (PDT) ganhou novos personagens.
Veja quem já se manifestou e a situação de cada um nessa altura do “campeonato eleitoral”:
Gustavo Fruet
Eleito em 2012 com 65,5% dos votos no segundo turno, Gustavo Fruet (PDT) falou pela primeira vez sobre a reeleição em junho deste ano, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Naquele mês, o Instituto Paraná Pesquisa divulgou levantamento mostrando que apenas 33,5% aprovavam sua gestão. Apesar de baixo, o índice é superior aos da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Beto Richa (PSDB). Os políticos, de modo geral, enfrentam baixa popularidade desde os protestos de junho de 2013. O desafio mais aparente para Fruet no momento é o que fazer com a aliança construída com o PT. Ele se elegeu com esse apoio do partido e está assistindo ao longo desgaste da sigla devido à crise econômica e política e à sucessão de escândalos envolvendo a Petrobras.
Luciano Ducci
Antecessor de Fruet, mas excluído até mesmo da disputa do segundo turno nas últimas eleições municipais, o deputado federal Luciano Ducci (PSB) já confirmou que será o candidato à prefeitura de Curitiba em 2016. Resta saber se voltará a contar com o apoio do governador Beto Richa (PSDB), de quem assumiu a cadeira da prefeitura em 2010 -- ela era o vice na chapa eleita em 2008. A base de apoio do tucano pode acabar se fragmentando nas eleições do próximo ano se outros candidatos confirmarem participação no pleito.
Ratinho Jr.
Cada vez mais disposto a se guardar para a disputa ao governo do estado em 2018, o político do PSC – atual secretário do Desenvolvimento Urbano de Richa – ainda não se pronunciou oficialmente sobre seu futuro político. Ela lidera as pesquisas eleitorais – a última delas mostrou 25,9% de intenção de votos, 14 pontos à frente de Fruet. Mas nem isso o fez confirmar a candidatura. Pesa o fato de ele também ter liderado o primeiro turno em 2012, mas ter sofrido uma virada no segundo turno. O mais provável é que tente um acordo para ser o candidato de Richa à sucessão no estado.
Rafael Greca
O experiente político paranaense trocou recentemente o PMDB pelo nanico Partido da Mobilização Nacional (PMN) para voltar a disputar a prefeitura de Curitiba. Prefeito da cidade entre 1993 e 1997, deputado federal mais votado do estado em 1998, Greca também foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Acabou ficando pouco tempo por ter sido envolvido na Máfia dos Bingos, mas nunca foi condenado no curso das investigações. Disputou a última eleição para prefeitura de Curitiba, mas passou longe do segundo turno. Sua campanha, provavelmente, será de forte oposição à atual gestão municipal. Concursado no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Greca tem se dedicado a pensar projetos de urbanismo para a cidade.
Requião Filho
Possível candidato do PMDB ao Palácio 29 de Março, Requião Filho (PMDB) carrega no sobrenome seu trunfo mais importante. Mas também a alta rejeição ao pai. Na última eleição estadual, Roberto Requião sempre apareceu com altas projeções de votos. Mas os índices de rejeição superavam os 15 pontos porcentuais. O jovem deputado estadual, entretanto, tem se destacado com uma voz da oposição ao governo Beto Richa desde que professores e policiais se enfrentaram no dia 29 de abril. Ele também tem pegado carona em temas relevantes da capital, como a desintegração do sistema de transportes metropolitano.
Paulo Eduardo Martins
Último nome a aparecer nessa corrida, o jornalista e comentarista político da Rede Massa pode acabar tendo o apoio do secretário Ratinho Jr. para se lançar como candidato do PSC à prefeitura curitibana. Ele também terá o apoio do Movimento Brasil Livre, um dos grupos mais atuantes nas manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Esse é um dos grupos que tem convocado manifestações contra a presidente em redes sociais e que se aproximou d apolítica tradicional nos últimos meses. O jornalista tem um forte discurso anti-PT e contra o que ele chama de “bolcheviques do ABC”. Martins e Fernando Holiday, de 18 anos, que concorrerá a uma vaga na Câmara de São Paulo, devem ser as principais apostas do MBL para as eleições de 2016.
Orlando Pessuti
O ex-governador trabalha como oposição do grupo de Roberto Requião dentro do PMDB. Ele, inclusive, concedeu entrevista publicada nesta terça-feira (29) na coluna de Celso Nascimento afirmando que vai se “dedicar a construir a derrota” do senador paranaense, que deve se candidatar à reeleição na casa legislativa em 2018. Na entrevista ele disse ainda que deve buscar um novo partido e se candidatar à prefeitura de Curitiba em 2016.
Fernando Francischini
Deputado Federal pelo Solidariedade (SD) e ex-secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini oscilou entre 7% e 12% na último levantamento de intenção eleitoral realizado pelo Paraná Pesquisas. Ele se dá melhor em um cenário sem a participação de Ratinho Jr. O delegado da Polícia Federal saiu da pasta estadual após a repercussão negativa do episódio de 29 de abril, no Centro Cívico, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas em uma batalha que envolveu policiais militares e manifestantes – principalmente professores – contrários a mudanças na Paranaprevidência. Em recorrentes postagens nas redes sociais, o deputado fala que o episódio tomou os contornos de batalha porque havia militantes de esquerda infiltrados entre os professores.
Ney Leprevost
Possível pré-candidato à prefeitura de Curitiba pelo Partido Social Democrático (PSD), o deputado tinha 8,8% das intenções de voto no último mês de junho. Esse porcentual foi atingido em um cenário pesquisado pelo Instituto Paraná Pesquisa sem a participação de Ratinho Júnior. Nas última eleição, o hoje ministro das Cidades Gilberto Kassab, também do PSD, chegou a defender que Leprevost saísse como vice de Luciano Ducci -- o que acabou não ocorrendo. Deputado da base de Beto Richa desde o primeiro mandato, Leprevost surpreendeu no início deste ano ao fazer um inflamado discurso contra o “pacotaço” do governo Richa. Apesar do posicionamento, naquela altura, o deputado disse que não pretendia marchar em direção à oposição.
Wilson Picler
Empresário, professor e ex-deputado federal, Wilson Picler teve 0,7% de intenções de votos no levantamento realizado do Paraná Pesquisa em junho. O índice, apesar de baixo, não o desanimou e ele já disse que o “povo é quem decidirá” se ele será alçado a um dos mais importantes cargos políticos do estado. Picler deve se lançar pelo Partido Ecológico Nacional (PEN).
Maria Victoria
Filha da vice-governadora Cida Borghetti e do deputado federal Ricardo Barros , Maria Victoria assumiu a liderança do Partido Progressista (PP) na última segunda-feira (28). Na cerimônia, ela adiantou que deverá concorrer à prefeitura de Curitiba, ressaltando uma missão humanitária que fez na África quando ainda era adolescente e os bairros pobres de Curitiba que percorreu durante sua campanha para o cargo legislativo. Ela enfatizou que esteve em regiões como a Vila Pantanal, Caximba e Vila das Torres.
Valdemir Soares
Filiado ao Partido Republicano Brasileiro (PRB), o vereador Valdemir Soares também é um dos pré-candidatos à prefeitura da cidade. A redação, por um equívoco, não o havia colocado na lista. Mas o pré-candidato alertou que ele é um dos que mais tempo tem de inserção na televisão. Como o PRB tem 21 deputados, o candidato poderá ter mais exposição caso seja realmente alçado ao posto de postulante ao cargo máximo Palácio 29 de Março. Na casa legislativa, o vereador é autor de projetos relevantes, como o que obriga a Câmara a divulgar na internet o resultado das votações . Ele também tem um projeto de lei para incluir no calendário oficial de Curitiba o Dia do Obreiro Universal -- em homenagem ao trabalho da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o vereador é pastor.
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