A reunião do diretório nacional do PT frustrou as expectativas da esquerda do partido. A principal reclamação do grupo foi a falta de medidas mais duras contra os filiados envolvidos em denúncias de corrupção. A esquerda petista não entende, por exemplo, porque o ex-tesoureiro ainda não foi expulso. E aponta o deputado José Dirceu (PT-SP) ainda como o grande articulador do Campo Majoritário no diretório.
A reunião foi realizada no último sábado, em São Paulo. No encontro, o diretório aprovou resolução que não prevê perda de legenda para petistas que renunciarem aos seus mandatos. A medida protege os deputados do partido envolvidos nas denúncias do Mensalão. A lista é encabeçada por José Dirceu (SP), passando por João Paulo Cunha (SP), Professor Luizinho (SP), José Mentor (SP) e Paulo Rocha (PA).
- O documento é superficial. O discurso de que o PT precisa ser refundado não está sendo colocado em prática - disse a deputada Maninha (PT-DF), integrante da esquerda petista.
Apesar do resultado negativo, a parlamentar contou que o grupo dos 20 - integrantes da esquerda bancada na Câmara - continuar lutando por mudanças dentro do partido. Para Maninha, um ponto positivo da reunião foi manutenção das eleições diretas do PT marcadas para o fim do mês que vem.
- Sentimos que o Campo Majoritário está enfraquecido e temos condições de lutar até o fim do Processo de Eleição Direta (PED). Até lá, a gente vai conseguir saber se poderemo ou não seguir no partido.
Outro parlamentar afirmou que Dirceu foi o grande articulador da reunião do diretório. Esse parlamentar avalia ainda que, apesar de estar em crise, o Campo Majoritário se une nos momentos difíceis. E, portanto, pode vir a retirar o apoio a Tarso Genro caso ele não siga as determinações do grupo liderado por Dirceu.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”