São Paulo (Folhapress e AE) O candidato à presidência do PT Válter Pomar divulgou ontem uma carta aberta em que pede a união das demais candidaturas em torno de um nome de oposição a Ricardo Berzoini, candidato do chamado "Campo Majoritário" grupo político que domina a legenda desde 1995. Os últimos resultados das eleições internas mostram que haverá segundo turno, previsto para o dia 9 de outubro.
A carta é subscrita pela chapa "A Esperança é Vermelha", encabeçada por Pomar, e é endereçada aos rivais Maria do Rosário, Raul Pont, Plínio de Arruda Sampaio, Markus Sokol e Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê.
Até a tarde de quinta-feira, quando foi divulgado pelo partido o quinto resultado parcial das eleições, Ricardo Berzoini contava com 42,3% dos votos, seguido por Válter Pomar (14,8%), Raul Pont (14,5%), Plínio de Arruda Sampaio (13,3%), Maria do Rosário (13,1%), Markus Sokol (1,4%); e Gegê (0,7%).
Tapa na cara
Na carta, os membros da chapa de Pomar afirmam que o quórum das votações de domingo em torno de 300 mil foi um "enorme comparecimento" e um "um tapa na cara da direita brasileira", já que "a militância demonstrou que quer seu Partido de volta".
Lembram também que a participação dos membros do Campo Majoritário no diretório nacional, após as eleições do dia 18, caiu de 52% para 42% e que Berzoini recebeu em torno de 120 mil votos, contra 160 mil em votos somados das demais candidaturas.
Pomar também faz referências às críticas já desferidas por outros candidatos, a exemplo de Plínio de Arruda Sampaio, que acusou o candidato da "Esperança é Vermelha" de ter se beneficiado de "votos de cabresto".
Em dado momento da carta, os membros da chapa afirmam: "achamos profundamente equivocados os ataques que vêm sendo desferidos à nossa candidatura. Não é hora de acentuar nossas divergências, que ficaram explícitas quando do lançamento de diferentes candidaturas ao primeiro turno. A hora é de unidade, para vencer no segundo turno".
Resultado final
O coordenador do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT, Francisco Campos, afirmou, em São Paulo, que a totalização dos votos da eleição realizada no último domingo só será feita no início da próxima semana.
Ao contrário da previsão inicial, de que o resultado sairia até o início da tarde de quinta-feira, a contagem dos votos dos filiados foi prejudicada em algumas localidades, tais como Minas Gerais, Bahia e Maranhão, por causa da greve dos Correios. De acordo com a direção do partido, em Minas, por exemplo, ainda faltam ser contabilizados entre 5 mil e 6 mil votos, distribuídos, principalmente, nos lugares mais distantes.
Por causa do atraso na apuração total dos votos do PED, o presidente nacional da legenda, Tarso Genro, cancelou um pronunciamento que concederia na tarde de ontem para comentar os resultados.
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