Delegado disse que o parlamentar não passará por exame de dosagem alcoólica
O quadro clínico do deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB), de 26 anos, ainda era considerado grave, porém estável, na manhã desta sexta-feira (8), de acordo com boletim médico emitido pelo Hospital Evangélico às 10 horas. O parlamentar permanece em coma, sob sedação, desde que foi internado, na madrugada de quinta-feira (7), após se envolver em um acidente de trânsito no bairro Mossunguê, em Curitiba. Na colisão, dois jovens que estavam em outro veículo morreram na hora.
"Na avalição de hoje [sexta-feira], os sinais vitais e o registro da monitorização da pressão intracraniana encontram-se estáveis. A tomografia de crânio de controle não revela piora evolutiva. O quadro clínico mantém a gravidade inicial", diz o boletim, assinado por Luiz Felipe Mendes, diretor técnico do hospital. Ainda no texto, o médico ressalta que até o momento da emissão do documento, não havia "indícios neurológicos sugestivos de morte encefálica."
O acidente que deixou Carli Filho gravemente ferido aconteceu por volta da 1 hora de quinta-feira, na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, no Mossunguê, e envolveu o carro Passat dirigido pelo deputado e um Honda Fit, ocupado por Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, que morreram na hora. O impacto da batida com foi tão violento que pedaços dos dois carros ficaram espalhados pela rua por uma distância de 100 metros. Yared era estudante de Psicologia na Universidade Tuiuti do Paraná. Carlos de Almeida trabalhava no cinema do Park Shopping Barigui.
O deputado tem 26 anos e é filho do prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli (PP). Ele cumpre seu primeiro mandato como deputado estadual, cargo para o qual foi eleito em 2006, com 46.686 votos. Carli Filho é ainda sobrinho do também deputado estadual Plauto Miró (DEM) .
Inquérito
No mesmo dia da ocorrência, um inquérito policial foi instaurado na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) para investigar as causas do acidente. Na manhã desta sexta-feira, o delegado titular, Armando Braga de Moraes, contou à reportagem do telejornal Paraná TV 1ª edição, da RPC TV, que amostras de sangue dos dois rapazes que morreram foram coletadas para a realização de análise de dosagem alcoólica. Apesar disso, ele disse que o deputado Carli Filho não passará pelo mesmo exame.
"É praxe do Instituto Médico-Legal (IML) realizar a dosagem alcoólica sempre que há óbito no local", explicou. "No caso do deputado, não foi feita a dosagem alcoólica porque ele foi hospitalizado e recebeu estabilização através de procedimentos de medicação. Sempre que qualquer pessoa recebe qualquer medicação quando dá entrada na casa hospitalar, o exame de dosagem alcoólica fica inviabilizado, prejudicado, mascarado", explicou o delegado.
Na quinta-feira, uma testemunha, Alice Brás, disse ao telejornal Paraná TV 2ª edição, que tinha aberto a janela de casa para acender um cigarro quando viu o acidente acontecer. "O carro de cor clara entrou devagar e o outro entrou em velocidade alta, subiu em cima do outro e passou por cima. Foi um estrondo muito alto", contou.
Amigos de Yared, que conduzia o Fit no momento do acidente, não acreditam na possibilidade de que o jovem estivesse disputando um racha. "Achei absurdo levantarem essa possibilidade. Ele era sempre muito cuidadoso no trânsito, isso não era da índole dele", disse uma amiga da família que não quis se identificar.
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