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A Copel pode ter dificuldade para conseguir financiamento público para o investimento que terá de fazer nas estradas pedagiadas, caso venha a vencer a licitação e ganhe a concessão de trechos de estradas federais. Isso deve ocorrer porque a estatal, de acordo com o projeto de lei aprovado ontem, tem de ser sócia majoritária no consórcio que vai ser montado para tentar conseguir a concessão. E o Conselho Monetário Nacional faz restrições a empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas públicas em função do nível de endividamento delas.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, diz que o consórcio pode, sem problemas, captar recursos em bancos internacionais. Mas não poderá contar com recursos federais, em função da previsão de ser a Copel sócia majoritária.

O ministro foi um dos articuladores do edital de licitação da concessão das estradas federais e considerou a participação do governo do Paraná no leilão, por meio da Copel, "surpreendente". "É surpreendente porque o Requião é conhecido por ter restrições aos pedágios. Agora, a Copel tem vantagem de ser uma empresa de excelência e pode fazer bem feito. Com sua credibilidade, pode atrair outras empresas para participar."

Ele entende que o setor de transporte está longe do foco da Copel, que é geração e transmissão de energia. Mas, por outro lado, diz que a empresa tem "bala na agulha" e pode se unir a empresas que têm experiência na área de engenharia e transporte.

Bernardo afirma, porém, que a entrada de um ente público na concorrência pode ser mal interpretada pelo mercado, mas nada que venha a prejudicar o processo.

O leilão de estradas federais ocorrerá em 9 de outubro. "Está tudo bem feito, com todas as condições de dar o resultado esperado", afirma Bernardo.

As empresas que vencerem os trechos terão de fazer melhorias antes mesmo de começar a cobrança do pedágio. Na BR-116, por exemplo, o vencedor da concessão terá de duplicar, nos primeiros seis meses de concessão, o trecho liga que Curitiba a Fazenda Rio Grande. As empresas vencedoras do leilão devem receber as rodovias em janeiro e só começarão a cobrar pedáfio seis meses depois. A taxa de retorno para as empresas, prevista no edital, deve ser de 8,9% do investimento por ano de concessão, que vai durar 25 anos.

O governo do estado pretende participar do leilão de três trechos: BR-116 entre São Paulo e Curitiba, BR-116 entre Curitiba e a divisa catarinense e gaúcha e BR-376/101 entre Curitiba e Florianópolis.

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