Em uma estratégia para aumentar a capilaridade das ações do Executivo, interiorizar a bandeira do governo federal e colher cada vez mais dividendos políticos, a presidente Dilma Rousseff tem investido em uma "linha direta" com prefeitos do país com o objetivo de aumentar sua rede de apoio para as eleições de 2014.
Um efeito colateral que tem sido considerado positivo por seus auxiliares no Palácio do Planalto é que esse modelo ajuda o governo a se livrar de chantagens e pressões de parlamentares, uma vez que ela passa a fazer contato direto com suas bases. São vários os programas em que a estratégia é colocada em curso, como a entrega de habitações populares do programa Minha Casa, Minha Vida e de Unidades Básicas de Saúde.
Mas o que mais tem chamado a atenção é o PAC Equipamentos. Só neste ano, o governo triplicou o número de municípios beneficiados pelo programa com a entrega de retroescavadeiras, de motoniveladoras e de caminhões-caçamba. Desde que começaram as distribuições de equipamentos, no final de 2011, o programa já atendeu 4.808 municípios (86,4% do total de localidades do país), um investimento que, até 2014, deve chegar a R$ 5 bilhões.
Casas
Considerado uma das vitrines da administração petista, o programa Minha Casa, Minha Vida deve entregar cerca de 500 mil unidades habitacionais no ano que vem, número superior ao de 2011 (300.606), 2012 (397.597) e ao de 2013 (324.159). Neste ano, de 1.º de janeiro a 31 de outubro, 4.364 municípios já foram beneficiados com novas unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, informou o Ministério das Cidades. A expectativa é que, em 2014, cerca de 4.500 municípios sejam beneficiados com novas unidades habitacionais.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, a relação direta com as prefeituras não é exclusividade da presidente Dilma. "Todos os governos têm a mesma prática", diz.
Saúde pública
Em outro esforço de aumentar a capilaridade das ações do Executivo nos municípios, o governo também tem investido nas Unidades Básicas de Saúde. Esses centros destinam-se a resolver 80% da demanda relacionada a problemas de saúde, evitando a superlotação de hospitais. Segundo o Ministério da Saúde, o programa já beneficiou 5.085 municípios desde a sua implementação, em 2011.