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Tempo na TV ajuda a fechar coligações

Especialistas dizem que partidos que têm maior tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão possuem maior poder de negociação para formar coligações. "Tempo de televisão é um dos maiores fatores de barganha. Quem tem tempo de tevê consegue sentar à mesa e negociar com todo o mundo", afirma o professor de ciência política Emerson Cervi, da UFPR.

O cientista social Afonso Albuquerque, professor do curso de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), diz que a partir de cinco minutos de tempo de televisão os candidatos conseguem se comunicar de forma satisfatória com os eleitores. "Dessa forma, se no Paraná o PMDB se coligar com algum partido, como o PT ou PSDB, a coligação vai ter perto da metade do tempo do horário eleitoral", afirma Albuquerque. "Mas isso, é claro, vai depender da forma como vai se dar os arranjos políticos nacionais." (RD)

Só o partido não garante eleição, diz especialista

Apesar de serem importantes em uma eleição, as estruturas partidárias não devem ser o fator mais importante para eleger o novo governador do Paraná. A avaliação é do professor de ciência política Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná.

"Nessas eleições não vamos ter candidato à reeleição e o pré-candidato do PMDB não está bem avaliado nas pesquisas, de modo que o número de prefeituras controladas pelo partido não resultará em transferência de votos para (o vice-governador) Orlando Pessuti", aposta Cervi.

Para ele, a distribuição de votos entre os candidatos ao governo do estado não ocorrerá de forma heterogênea nas cidades paranaenses. Ele considera que não haverá casos de municípios em que os eleitores irão votar em peso em um determinado candidato, como aconteceu em 2006 com o governador reeleito Roberto Requião (PMDB). Naquela eleição, Requião venceu Osmar Dias por 10 mil votos, tendo votação expressiva principalmente nos pequenos municípios.

Cervi lembra ainda que a organização partidária está diretamente vinculada à estrutura governamental. Assim, diz ele, toda a vez que um partido passa a controlar o governo estadual, há uma tendência de migração política para os partidos que controlam o estado.

Já o cientista político Renato Perissinoto, da UFPR, considera que, nas próximas eleições, mais importante que ter obtido um grande número de votos em 2008 é ter conseguido o controle de prefeituras no interior. Ele explica que isso confere maior "capilaridade" para a atuação política. "Esse parece ter sido o objetivo do PMDB. Os peemedebistas não têm entrado para competir pesado em grandes centros, mas controlam muitas prefeituras, conseguem fazer grandes bancadas na esfera federal (hoje são 7 deputados federais) e na estadual (17 deputados estaduais)." (RD)

  • Confira a força dos dez maiores partidos do Paraná

Embora o eleitor não costume levar em conta a legenda do candidato na hora do voto, a estrutura partidária de cada sigla pode ser decisiva nas eleições deste ano para o governo do Paraná. E, nesse ponto, os quatro principais pré-candidatos – Osmar Dias (PDT), Alvaro Dias (PSDB), Beto Richa (PSDB) e Orlando Pessuti (PMDB) – contam com um capital político nada desprezível, o que leva a crer em uma disputa bem acirrada.

Apesar de o pré-candidato peemedebista ao Palácio Iguaçu, Orlando Pessuti, ainda não ter mostrado popularidade e força política para entrar de forma competitiva na sucessão estadual, o vice-governador vai contar com um trunfo: a estrutura do PMDB. O partido é o maior do Paraná.

Levantamento feito pela Gazeta do Povo – com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos dez maiores partidos no estado – mostra que o PMDB está presente em todos municípios paranaenses e é a legenda que conta com o maior número de filiados. Também tem o maior tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão e o maior número de prefeitos e vereadores no Paraná (veja o gráfico).

O PMDB tem hoje 136 prefeituras, 751 vereadores e 164,9 mil filiados no Paraná. O professor de ciência política Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná, diz que o número de prefeituras e de cadeiras de vereador conquistados pelo PDMB em 2008 tem como principal razão a influência do governo do estado. "Em cidades pequenas, o governo estadual, que é controlado pelo PMDB, tem uma forte influência", afirma Cervi. "Isso porque os pequenos municípios são muito dependentes do governo."

Tucanos em segundo

Os tucanos têm atualmente a segunda maior estrutura partidária no estado. Em 2008, o PSDB conquistou 41 prefeituras – entre elas Curitiba. E elegeram 454 vereadores.

Mas o PSDB "vence" o PMDB em alguns itens de estrutura partidária. A reeleição de Beto Richa no primeiro turno, com 778 mil votos, ajudou a tornar o partido o maior em número de votos no Paraná em 2008. Da mesma forma, por controlar a capital – a cidade mais populosa do estado – o PSDB é a legenda que administra o maior número de habitantes no Paraná. Mais de um quarto da população do estado – ou seja, 2,8 milhões de pessoas, de um total de 10,3 milhões paranaenses – é governado pelos tucanos.

O PP, o PDT e o PT também se destacam no que se refere à estrutura partidária. O PP, assim como o PMDB, tem comissões provisórias (não eleitas) ou diretórios organizados em todos os municípios do Paraná. É também a segunda legenda em número de filiados: cerca de 106 mil. Mas o PP não tem pré-candidato, o que o tornará uma "noiva" cobiçada para alianças.

O PP e o PDT conquistaram cada um 39 prefeituras. Porém, o PDT (do senador e pré-candidato ao governo Osmar Dias) controla várias prefeituras de médio porte, como Cascavel, Foz do Iguaçu e Londrina – o que torna a legenda a terceira a ter mais paranaenses sob sua administração.

Os pedetistas, porém, possuem pouco tempo de propaganda eleitoral na televisão. É nesse quesito que o PT se destaca. O partido tem o segundo maior tempo de propaganda na tevê, atrás apenas do PMDB. Isso faz da legenda um ator importante nas negociações para a sucessão estadual. Dentre os partidos com os quais os petistas vêm mantendo negociações atualmente está justamente o PDT de Osmar.

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