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A jovem é uma dos quatro alunos da UEL detidos por policiais à paisana durante o confronto | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
A jovem é uma dos quatro alunos da UEL detidos por policiais à paisana durante o confronto| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Uma estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi obrigada por policiais militares a ficar completamente nua após sua prisão na “batalha” do Centro Cívico, em Curitiba, no dia 29. A jovem é uma dos quatro alunos da UEL detidos por policiais à paisana durante o confronto. Segundo o governo, a prisão foi motivada porque o grupo seria integrante do movimento black bloc. A acusação foi negada pela reitora da UEL, Berenice Jordão.

A jovem relatou os detalhes da prisão em depoimento ao promotor de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares, na tarde de quarta-feira (6). Segundo ela, após ser detida, foi trancada com duas policiais militares em uma sala do Palácio Iguaçu. “Ela contou ao Ministério Público que as policiais eram do sexo feminino e a despiram completamente. Em seguida, começaram a empurrar a garota e a insultá-la com palavras como vagabunda, comunista e petista”, contou o advogado e professor do curso de Direito da UEL César Bessa. Ele acompanhou o depoimento da jovem e dos outros três alunos ao promotor.

Bessa afirmou que os policiais à paisana também teriam desferido golpes contra os garotos, como chutes e chaves de braço. Os policiais ainda teriam feito piadas homofóbicas contra um dos alunos.

De acordo com o advogado, apesar das agressões físicas, nenhum dos estudantes chegou a realizar exame de corpo de delito para comprovar as lesões. “Mas um deles ainda tem marcas visíveis que foram mostradas ao MP.”

A Promotoria de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina confirmou os depoimentos dos estudantes na tarde de quarta-feira e explicou que todos os inquéritos devem ser encaminhados a uma comissão formada para investigar os fatos de 29 de abril, em Curitiba. O promotor Paulo Tavares não foi localizado na manhã desta quinta (7) para comentar os depoimentos. Segundo a secretária da Promotoria, o promotor estava em visita ao Hospital Universitário.

Segundo a Polícia Militar, a prisão da jovem não foi feita por policiais comandados pela PM, e sim pelas forças de inteligência da Secretaria Estadual da Segurança Pública. Por isso, a PM informou que não iria se pronunciar sobre o assunto. Já o governo informou à Rede Globo que vai abrir uma investigação do caso da estudante.

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