Um grupo de alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realiza nesta segunda-feira (4) o “Ato em apoio às instituições e ao Estado de Direito”, uma manifestação de apoio às investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela Justiça Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Durante a semana, os organizadores levarão até a 13.ª Vara Criminal da Justiça Federal e ao Ministério Público Federal um manifesto de apoio às instituições.
O objetivo do ato desta noite, segundo a organização do evento, é discutir aspectos jurídicos e legais da Lava Jato e mostrar que não há apenas uma posição dentro da comunidade acadêmica – em resposta a um outro ato realizado na instituição no dia 22 de março, que questionou a legalidade da Lava Jato e a posição da OAB em favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Ato terá transmissão na Santos Andrade
O ato em apoio à Moro organizado por alunos e docentes da UFPR deve começar às 19h30, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da universidade, na Praça Santos Andrade, e é aberto ao público.
Como a capacidade do espaço é para 300 pessoas, os organizadores pretendem instalar um telão na praça para retransmitir o ato. A previsão é de que entre 2 mil e 3 mil pessoas compareçam.
Um evento paralelo, sem relação direta com os organizadores do curso de Direito, foi convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), com concentração na Praça Santos Andrade.
Participam do ato desta segunda-feira juristas reconhecidos, como Bruno M. Salama (FGV-SP), Estefânia Maria de Queiroz Barboza (UFPR), Luiz Guilherme Marinoni (UFPR) e Luiz Rodrigues Wambier (PUC-SP), e o procurador-geral da República Roberson Pozzobom. Cada convidado terá a oportunidade de expor seus pontos de vista.
De acordo com os organizadores, o ato é ainda uma forma de prestar apoio à atuação de Moro como magistrado e professor da Faculdade de Direito, à atuação do Ministério Público Federal e ao “Manifesto em defesa da democracia, da verdade e do respeito às instituições” – uma espécie de carta aberta assinada por 36 docentes e ex-docentes da UFPR que defendem a legalidade do impeachment por crime de responsabilidade e o direito da OAB-Paraná de se manifestar favorável à abertura do processo.
Eventos semelhantes estão programados para esta semana nas Universidades Federais de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará.
Repúdio
O mesmo grupo de alunos e ex-alunos que organiza o ato desta segunda-feira é responsável pelo “Manifesto dos alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito da UFPR”, que já soma mais de 50 mil apoiadores no Facebook.
No manifesto, alunos e ex-alunos afirmam que a presença de Moro no corpo docente da faculdade é motivo de orgulho e inspiração, “dada sua competência, simplicidade, compromisso inquestionável com seus alunos, retidão de caráter e, acima de tudo, respeito às opiniões divergentes em sala de aula.”
O texto ainda declara apoio ao manifesto assinado por professores da UFPR em resposta ao ato contrário ao impeachment do dia 22 de março (do qual um outro grupo de docentes participou) e repudia manifestações explícitas contra Moro que teriam ocorrido durante a manifestação, em que o magistrado foi chamado de “fascista, tucano e golpista”.
“Não repudiamos a opinião contrária, mas os ataques. Os gritos contra o juiz Sergio Moro demonstram um extremo desrespeito. Também queremos mostrar que não é a totalidade da Faculdade de Direito que compartilha dessa opinião. Mais professores assinaram o ‘Manifesto em defesa da democracia’ do que participaram do ato do dia 22”, afirmou Paulo Pereira, aluno do último ano de Direito.
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