Contar com depoimentos de apoio e a presença de outros políticos no palanque pode ajudar a fortalecer a imagem do candidato e, com certeza, angaria dividendos políticos para a próxima eleição. Por isso, mesmo os parlamentares que não estão concorrendo a um cargo neste pleito também entram na corrida eleitoral. "Eles sobem ao palanque para retribuir o apoio que tiveram em 2006 e também para tentar garantir um palanque para 2010", comenta a cientista política da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luciana Veiga.
O professor de Ciência Política Eduardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB), lembra que esse é um fenômeno típico de sitemas políticos como o brasileiro. "Aqui ainda há um regionalismo muito forte. Tanto que muitos parlamentares não legislam de forma global, mas paroquialmente. Por isso, o cenário político dos municípios é tão importante para os deputados e senadores."
O resultado disso é a quase paralisação dos trabalhos do Legislativo durante o período eleitoral. "Toda a pauta de discussão nesse período fica completamente parada. Todas as atenções se voltam para a eleição. Isso é compreensível. Afinal, a natureza do político está ligada ao fato dele possuir um cargo e qualquer coisa que coloque isso em risco se torna o foco dos seus trabalhos", afirma Barreto.
Na Câmara dos Deputados, por exemplo, já foram selecionados os 20 projetos que deverão ser votados neste período eleitoral. Todos eles são de consenso geral ou seja, não causam polêmica alguma. A PEC da reforma tributária que o governo pretendia ter aprovado na Câmara até agosto deste ano só deve ir ao plenário da Casa após as eleições municipais. O mesmo aconteceu com a PEC que muda o modo de tramitação das medidas provisórias no Congresso.
"Esse é um dos custos da eleição. A campanha eleitoral dificulta o trabalho no legislativo, mas é necessária para a democracia", diz Luciana, que enxerga alguns pontos positivos nessa ida dos parlamentares para as ruas. "Eu não vejo isso como de todo negativo. Sem a eleição, os parlamentares ficariam muito mais tempo longe do povo, sem colocar o pé no chão. Além disso, esse é um momento da prestação de contas tanto dos candidatos, quanto dos que os apóiam." (CO)
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