Em viagem oficial à Suécia, a presidente Dilma Rousseff lamentou, neste domingo, que o escândalo das contas secretas na Suíça mantidas pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolvam um brasileiro. O peemedebista nega ser o titular das contas, apesar de documentos repassados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça mostrarem que Cunha usou passaporte diplomático, endereço residencial no Rio e telefones da Câmara e do Palácio do Planalto para abrir as contas naquele país.
- Eu lamento que seja um brasileiro - disse Dilma, três vezes, ao ser questionada sobre a repercussão internacional do caso.
Ela negou que o governo tenha negociado um acordo com o presidente da Câmara para evitar a abertura de um processo de impeachment, em troca da preservação do mandato de Cunha. O PSOL e a Rede protocolaram representação contra ele no Conselho de Ética da Casa.
- Eu acho fantástico essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é público e notório. Até na nota aparece. Acho estranho atribuírem ao governo qualquer tipo de acordo que não seja acordo que se faz com presidente de Poder para passar CPMF, DRU, MPs - afirmou.
Dilma não quis opinar sobre a permanência ou não de Cunha na presidência da Câmara nem sobre as liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal, na semana passada, suspendendo o rito estabelecido pelo peemedebista para a tramitação de pedidos de impeachment. Ela alegou serem assuntos do Legislativo e do Judiciário.