Os Estados Unidos devem anunciar neste sábado (11) que vão retirar a Coréia do Norte da "lista negra" dos países acusados de apoiar o terrorismo, segundo funcionários do governo americano.
A medida, uma tentativa para preservar as negociações sobre o desmantelamento do programa nuclear norte-coreano, enfrenta resistências do Japão, inimigo regional da Coréia do Norte, e de algumas alas do Partido Republicano.
Um anúncio era esperado já para sexta-feira, mas não ocorreu, segundo autoridades norte-americanas, devido à falta de consenso entre os quatro outros países envolvidos. O Japão em particular teria restrições.
O governo Bush tenta, em seus últimos meses, salvar o acordo multilateral que prevê incentivos políticos e econômicos ao regime comunista norte-coreano em troca da desativação do seu programa nuclear. China, Rússia, Japão e Coréia do Sul também participam do acordo.
A Coréia do Norte começou a desativar seu único reator em novembro passado, mas se irritou com a demora dos EUA em retirar o país da lista e por isso recentemente expulsou inspetores nucleares internacionais e retomou as atividades nucleares.
Os EUA até agora insistiam para que, antes de retirar a Coréia do Norte da lista, estivesse definido um mecanismo de verificação das atividades nucleares declaradas pelo país.
Já o Japão faz restrições à retirada de Pyongyang da lista por causa da questão, ainda pendente, do sequestro de cidadãos japoneses por agentes norte-coreanos, décadas atrás.
Na sexta-feira, a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, discutiu a questão da Coréia do Norte com os chanceleres de Japão, China e Coréia do Sul, e deve fazer o mesmo em breve com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, segundo seu porta-voz, Sean McCormack.
A Coréia do Norte já testou armas nucleares de plutônio em 2006 e supostamente.