André Zacharow (PMDB-PR), deputado federal e ex-presidente da Sociedade Evangélica Beneficente (SEB)| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Deputado não poderia destinar emenda para a SEB, diz CGU

A auditoria feita pela Con­­troladoria-Geral da União (CGU) concluiu que são ilegais os repasses de recursos do convênio mantido pelo Ministério do Turismo com a Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB). No relatório da CGU, os auditores explicam que o deputado federal André Zacharow (PMDB) destinou, por meio de emendas parlamentares, recursos do Turismo para a entidade que preside – o que contraria a Lei 11.768, de 2008.

A norma dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária e proíbe a destinação de recursos a entidades privadas que mantenham agentes públicos como dirigentes. Segundo a CGU, além de André Zacharow, a mulher dele, Eunice Zacharow, também fazia parte do conselho deliberativo da SEB quando a emenda foi elaborada, em 2009, para ser liberada no orçamento de 2010.

Relatório

Na relação de documentos disponíveis no Sistema de Con­­vênios (Siconv) do Mi­­nis­­tério do Planejamento, a SEB declarou, segundo relatório da CGU, que nenhum de seus dirigentes era membro do poder público – bem como seus cônjuges. No entanto, em pesquisa no Siconv, feita pelos auditores nos dias 2 de junho e 9 de novembro de 2009, os nomes de André e Eu­­­nice Zacharow figuravam na relação de dirigentes da entidade. Nessa época, segundo documento que a CGU teve acesso, Zacharow já havia solicitado ao ministério recursos para a SEB.

Somente em 6 de dezembro do mesmo ano, duas semanas antes da assinatura oficial do contrato da SEB com o Turismo, foi feita uma atualização do sistema em que o casal foi excluído da lista de dirigentes da entidade.

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A Sociedade Evangélica Be­­neficente de Curitiba (SEB) não pretende devolver os R$ 3,1 mi­­lhões requisitados pelo Ministério do Turismo. A informação foi repassada à reportagem da Gazeta do Povo pela assessoria de imprensa da entidade. "Não há devolução do dinheiro porque não há irregularidades", informa a nota oficial da SEB.

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O atual presidente da entidade, Mauro Seraphim, disse por telefone que está no cargo há apenas dois meses e que os contratos da SEB com o ministério estão sendo tratados pelo diretor-executivo do Evangélico Saúde, José Martins Lecheta. A Gazeta do Povo procurou ouvir Lecheta. Mas informaram à reportagem que ele estava em Brasília e não poderia atender ao pedido de entrevista.

O ex-presidente da SEB e deputado federal André Zacharow (PMDB) disse que a entidade seguiu orientações do Ministério do Tu­­rismo e que não cometeu erros. "Se cometeu algum erro, não foi doloso [intencional]", disse o peemedebista. Ele criticou ainda as auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). "Há erros crassos no relatório do TCU. Eles denegriram a imagem de uma instituição séria. Parece que o que eles falam vira lei."

Zacharow ainda contestou a alegação dos órgãos de controle de que ele não poderia destinar emenda parlamentar para a SEB porque era presidente da entidade e sua esposa integrante da direção dela. "Na época, eu era presidente licenciado e minha mulher também estava licenciada. Está tudo legal. Isso [as conclusões do TCU e da CGU] são inverdades."

A reportagem ainda procurou Cláudia Zacharow Milleo, mas ela não foi localizada. Cláudia é apontada pelo TCU e pela CGU como uma das coordenadoras do convênio irregular. O deputado André Zacharow, que é tio de Cláudia, informou que ela nem sequer tem condições técnicas para coordenar o projeto. "Ela [Cláudia] é uma es­­tu­­dante aqui em Brasília. Fazia estágio no ministério [do Turismo] e assessorava o pessoal da SEB. Ela encaminha apenas os documentos", explicou o parlamentar.

O ex-presidente da SEB Derby Valente, que é apontado como responsável pelos convênios firmados com o ministério, também foi procurado. Ele afirmou que não poderia comentar o caso porque estava dirigindo e pediu para que retornasse mais tarde. A reportagem entrou novamente em contato, mas Valente não atendeu às ligações.

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A Gazeta do Povo tentou ainda entrar em contato com o empresário Fábio de Mello, preso pela Polícia Federal por supostas irregularidades nos contratos com o ministério. Porém, as chamadas telefônicas para o número da ONG IBT, presidida por ele, ontem não estavam sendo completadas.

O ex-presidente da SEB e deputado federal André Zacharow (PMDB) disse que a entidade seguiu orientações do Ministério do Turismo e que não cometeu erros. "Se cometeu algum erro, não foi doloso [intencional]", disse o peemedebista. Ele criticou ainda as auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). "Há erros crassos no relatório do TCU. Eles denegriram a imagem de uma instituição séria. Parece que o que eles falam vira lei."

Zacharow ainda contestou a alegação dos órgãos de controle de que ele não poderia destinar emenda parlamentar para a SEB porque era presidente da entidade e sua esposa integrante da direção dela. "Na época, eu era presidente licenciado e minha mulher também estava licenciada. Está tudo legal. Isso [as conclusões do TCU e da CGU] são inverdades."

A reportagem ainda procurou Cláudia Zacharow Milleo, mas ela não foi localizada. Cláudia é apontada pelo TCU e pela CGU como uma das coordenadoras do convênio irregular. O deputado André Zacharow, que é tio de Cláudia, informou que ela nem sequer tem condições técnicas para coordenar o projeto. "Ela [Cláudia] é uma estudante aqui em Brasília. Fazia estágio no ministério [do Turismo] e assessorava o pessoal da SEB. Ela encaminha apenas os documentos", explicou o parlamentar.

O ex-presidente da SEB Derby Valente, que é apontado como responsável pelos convênios firmados com o ministério, também foi procurado. Ele afirmou que não poderia comentar o caso porque estava dirigindo e pediu para que retornasse mais tarde. A reportagem entrou novamente em contato, mas Valente não atendeu às ligações.

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A Gazeta do Povo tentou ainda entrar em contato com o empresário Fábio de Mello, preso pela Polícia Federal por supostas irregularidades nos contratos com o ministério. Porém, as chamadas telefônicas para o número da ONG IBT, presidida por ele, ontem não estavam sendo completadas.