Antigamente, a evolução da dívida pública e das contas externas era um problema sério, mas hoje é uma solução. A declaração foi feita pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, durante depoimento, nesta terça-feira, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, em resposta a uma avaliação dos rumos da economia feita pelo deputado e presidente do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini (PT-SP).
- A reversão das contas externas começou em 1999, quando se adotou o câmbio flutuante, mas consolidou-se em 2003. Eu ainda vou perguntar ao ministro Delfim Netto por que isso aconteceu. Talvez o fato se deva a um segundo governo que confirmou a política de câmbio flutuante. Ou talvez, o tempo, já que desde 1999, as coisas foram melhorando - analisou Palocci.
Para o ministro, o que ocorreu em 2003 não foi apenas uma simples evolução de 2002, mas uma mudança "qualitativa e definitiva".
- As empresas brasileiras mudaram por dentro, em 2004 e 2005. No passado, as empresas falavam apenas em exportar o excedente e, hoje, as grandes empresas brasileiras são exportadoras, que têm mais lucros, pagam salários maiores e empregam mais gente. Para o Brasil, é um ganho extraordinário se essa evolução for se consolidando - acrescentou o ministro.
Antes da resposta de Palocci, o deputado Ricardo Berzoini também criticou reportagem com denúncias contra Palocci, publicada em uma revista desta semana, e disse que se trata de "um conjunto de ilações". Segundo ele, Palocci teria sido acusado pela revista semanal de dar uma economia ao estado de R$ 700 milhões.
Berzoini disse, ainda, que o fato de o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) ter reclamado do sorriso do secretário do Tesouro, Joaquim Levy, durante o depoimento de Palocci, mostra o nervosismo da oposição.
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