A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos ouviu nesta quinta-feira (19) pela manhã, pela segunda vez, o agente aposentado do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio. Ele afirmou ter ouvido duas gravações telefônicas realizadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha. No ano passado, ao prestar depoimento à comissão, Ambrósio negou ter tido acesso aos grampos. Na ocasião, afirmou que sua função na Satiagraha se limitava a rastrear e-mails para o delegado Protógenes Queiroz.
Ambrósio afirmou hoje ter ouvido as interceptações telefônicas "por acidente, num descuido da equipe de Protógenes, que deixou vazar o áudio das duas conversas". Uma das gravações ouvidas por Ambrósio foi a conversa entre o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. "O que eu posso afirmar, e o perito também, é que ele inadvertidamente esqueceu o canal aberto. Não foi passado o áudio total, foi parte do áudio", afirmou.
O agente disse que o canal de áudio ficou aberto "por pouco tempo". Ambrósio disse que tomou conhecimento de que Carvalho era um dos interlocutores através de um dos peritos da PF. "Quando ouvimos, depois ficamos sabendo de um dos peritos quem estava no áudio", afirmou. O agente repassou o nome do perito à comissão, sigilosamente.
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