O advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro da Fazenda Antônio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, negou as denúncias feitas nesta quinta-feira pelo ex-diretor da empresa Gtech, Marcelo Rovai, na CPI dos Bingos. Segundo Rovai, Waldomiro Diniz, ex-assessor do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, forçou a empresa a contratar os serviços de assessoria da empresa de Buratti no momento da renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Gtech.

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De acordo com Buratti, foi ele quem foi procurado pelo advogado da empresa.

- Eu me reuni com esse senhor, Marcelo Rovai, no final de março de 2003. Só que foi ele quem me convidou para intermediar na negociação que estava tendo para a renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal. Ele me disse que a negociação não estava indo bem e me pediu então para interferir no processo por eu ter sido assessor do Palocci quando ele era prefeito de Ribeirão Preto - afirmou Buratti - Eu disse que não podia fazer nada. Falei para ele que eu tinha trabalhado com Palocci há mais de dez anos e não tinha nenhum tipo de intimidade com ele - disse.

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Buratti acredita ainda que as investigações contra ele tem como objetivo de atingir o ministro Palocci dentro do escândalo que vem abalando o PT.

- Eu não tenho dúvidas de que o objetivo dele é, pegando uma ligação que eu tive com Palocci em 93 e 94, eles querem alimentar agora a idéia que nesses anos todos eu ainda sou um correspondente dele, o que não tem nenhuma base real. Não existe nenhuma relação minha com o ministro Palocci, até porque se eu tivesse estaria trabalhando no governo, não estaria desempregado como estou até agora - afirmou Buratti.

O advogado Rogério Buratti será ouvido no próximo dia 9 na CPI dos Bingos.

O Ministério Público de Ribeirão Preto já investiga a atuação de Buratti. Os promotores vêm indicativos de que ele promove o tráfico de influência no Palácio do Planalto em nome de empresas dos mais diversos setores.

O MP investiga também a atuação de Buratti à frente da empreiteira Leão e Leão, que é de Ribeirão Preto. O advogado passou a ser vice-presidente da empresa logo depois que deixou a Prefeitura de Ribeirão Preto, após ser flagrado cobrando propina de empreiteiros. A Leão e Leão, que Buratti presidiu até 2004, é acusada de coordenar um esquema de fraudes em licitações para a contratação de serviços de limpeza urbana junto a várias prefeituras da região de Ribeirão Preto.

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