Após três adiamentos, a ex-assessora financeira do PT de Londrina Soraya Garcia, pivô das denúncias de caixa dois no partido na Cidade, vai prestar depoimento na CPMI dos Correios em Brasília nesta quarta-feira (9).
Soraya afirmou na semana passada, que não "via a hora" de relatar aos parlamentares o que já contou à Polícia Federal e ao Ministério Público de Londrina sobre a denúncia de que o PT local gastou R$ 5,2 milhões a mais do que os R$ 1,3 milhões declarados em gastos de campanha ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
À CPMI, ela deverá repetir sobre a participação de figurões da política nacional na campanha municipal. Segundo Soraya, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo e o atual chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e ainda o ex-ministro José Dirceu abasteceram com dinheiro vivo a campanha à reeleição do prefeito Nedson Micheleti.
De acordo com reportagem de Marcelo Frazão do Jornal de Londrina, as denúncias já lhe renderam problemas na Justiça. Carvalho protocolou uma queixa-crime contra ela no Fórum de Londrina. Já o ministro entrou com uma interpelação judicial na 2ª Vara Criminal para que ela explique as acusações feitas na imprensa local e nas revistas semanais 'Isto É' e 'Veja'. "Repeti tudo o que já havia dito antes, é a única forma de explicar", contra-atacou.
"Se abrir o caixa dois em Londrina terão que abrir todas as cidades onde houve o mesmo com o PT", afirmou a ex-assessora. Para ela, as investigações das CPIs tornaram-se "muito amplas" e o ideal "seria mesmo a CPI do caixa dois", proposta pelo PSDB no Congresso: "Seria ótimo", afirmou.
Na semana passada, Soraya voltou a dizer que as ameaças, desde que fez as primeiras denúncias, nunca cessaram. "Até pedra jogaram na porta de casa. Mandaram cartas anônimas e há um mês deram dois tiros em frente a minha casa", afirmou. "Uma das cartas dizia para eu calar a boca que senão me calariam. A outra dizia que eu era traidora e que deveria me calar".
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