Suspeita de ser "laranja" do ex-diretor do Senado João Carlos Zoghbi, a babá Maria Izabel Gomes, de 83 anos, disse ontem que aceitou emprestar sua assinatura para a abertura de empresas de fachada a pedido de um filho. Inquérito policial aberto pelo Senado investiga se as empresas pertenciam ao ex-diretor de Recursos Humanos, de quem Izabel foi babá. A informação a respeito das declarações de Maria Izabel foi dada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Zoghbi.
O uso da babá supostamente visaria a ocultar o recebimento de quantias milionárias de instituições financeiras que faziam negócios com o Senado na área de crédito consignado, tendo o ex-diretor como intermediário. O inquérito foi aberto por ordem do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O procurador da República Gustavo Pessanha Velloso, designado para acompanhar o inquérito, fez-se presente ao depoimento de hoje. A Polícia Federal poderá ser chamada a ajudar nas investigações.
Zoghbi deixou a função de diretor de Recursos Humanos (RH) do Senado após a descoberta de que repassou para parentes o apartamento funcional do Senado que deveria ser destinado a ele. De acordo com a "revista Época", Zoghbi usou o nome de Maria Izabel para abrir três empresas - DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros e Contact Assessoria de Crédit. Até três anos atrás, Maria Izabel não tinha renda alguma. Segundo a "revista Época", em um ano e meio as três empresas dela, e de outros dois sócios, faturaram R$ 3 milhões.
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