A ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha pediu à cúpula do Ministério das Comunicações que facilitasse o andamento de um processo de autorização de uma rádio da família de Paulo Vieira, diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA), preso na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Rose conversou em junho deste ano com o secretário executivo da pasta, Cezar Alvarez, sobre a liberação da Rádio RMS, de Capão Bonito (SP). A empresa tem como um dos sócios Marcelo Rodrigues Vieira, irmão de Paulo.
O ministério confirmou que Alvarez discutiu o assunto com Rose duas vezes, mas alega que não deu nenhum benefício à rádio. "Reclamações deste tipo são constantes e habituais, e é obrigação deste ministério receber todos que nos procuram com questionamentos dessa natureza", afirmou a pasta, em nota. O ministério declarou ainda que Alvarez não conhece Paulo Vieira.
A Rádio RMS tem autorização de funcionamento provisório desde janeiro. Dois meses depois da conversa entre Rose e Alvarez, segundo o ministério, o processo foi enviado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), "com base em um convênio que transferiu para a agência reguladora a competência de analisar pedidos de alterações técnicas nos processos de radiodifusão".
Segundo a investigação da Polícia Federal, Rose ajudava empresários ligados à quadrilha liderada por Paulo e intermediava encontros com autoridades.
- MPF avalia se pede prisão da ex-chefe de gabinete da Presidência em SP
- Número 2 da Secretaria de Portos defendeu obra de interesse da quadrilha
- Nome do deputado Sandro Mabel aparece na investigação da PF
- Advogado-geral assinou pedido da União em processo sobre Ilha das Cabras
- Governistas montam "blindagem" na Câmara para suspeitos em operação
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”