O ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) J osé Ricardo da Silva se reuniu com um dos procuradores responsáveis pela Operação Zelotes, Frederico Paiva, para tratar de uma proposta de delação premiada com o Ministério Público Federal. Preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, Silva conversou por cerca de meia hora com o procurador dentro da unidade prisional, na última quinta-feira.
Assinando a delação e apresentando provas sobre o que disser, Silva poderá ter redução ou até o perdão dos crimes que ele cometeu, caso conte o que sabe. Uma dos benefícios discutidos, inclusive, é o cumprimento de eventuais penas em liberdade.
A reportagem apurou que, a essa altura do caso, com inquéritos já finalizados, o foco principal do Ministério Público são informações relacionadas ao Ministério da Fazenda.
Ele é acusado de ser um dos cabeças do esquema de pagamento de propina a conselheiros do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda encarregado de julgar recursos de multas aplicadas pela Receita Federal.
De acordo com o advogado de José Ricardo da Silva, Getúlio Humberto de Sá, o encontro ocorreu a pedido do procurador. Ele diz, no entanto, que a eventual delação não interessa à defesa. “Não dá para fechar acordo porque o Zé Ricardo simplesmente não tem o que delatar”, afirmou Sá.
A Procuradoria da República no Distrito Federal informou por meio da assessoria de imprensa que não comenta assuntos relativos a delações premiadas.
Diálogo
Durante a audiência na Justiça Federal em Brasília, nesta segunda-feira (25), a reportagem presenciou um diálogo do procurador da República no DF Frederico Paiva com o advogado do ex-conselheiro.
A conversa ocorreu no intervalo da audiência para tomada de depoimentos das testemunhas de defesa. Paiva combinou com Silva de conversar com ele “com mais calma” na penitenciária da Papuda, em data a ser agendada.
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