O ex-contador do Grupo O Jornal José Amilton Barbosa dos Santos afirmou nesta quarta-feira (31), durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado, que o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), tinha uma sociedade secreta com o usineiro João Lyra e que os veículos de comunicação eram registrados em nome de laranjas. O ex-funcionário, porém, não teria fornecido provas da sociedade secreta.
O processo em que Renan é acusado de ter utilizado laranjas para comprar veículos de comunicação é a terceira representação contra ele no Conselho de Ética. O senador foi absolvido na primeira acusação, de ter as contas pagas por um lobista, e ainda responde a outros quatro processos: favorecimento a uma cervejaria, que está paralisado; o episódio dos veículos de comunicação; suspeita de arrecadação em ministérios do PMDB; e espionagem contra opositores.
Uma sexta representação está paralisada até que os quatro processos sejam encerrados. Nela, Renan é acusado de liberar emendas ao orçamento, que supostamente beneficiaram uma empreiteira fantasma, cujo endereço declarado à Receita Federal é falso e o dono seria um ex-assessor do gabinete do senador.
O depoimento do ex-contador ao Conselho de Ética ocorreu em caráter reservado a pedido do senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do terceiro processo. "Ele (Amilton Santos) se limitou a dizer que todos os empregados do jornal sabiam que Renan era sócio oculto da empresa, mas não quis dar nenhum nome de funcionário que pudesse ser ouvido por nós", disse o relator segundo a Agência Senado.
Péres voltou a afirmar que pretende entregar seu relatório até 14 de novembro. Afirmou ainda que o usineiro João Lyra se comprometeu a apresentar até a próxima terça-feira (6) um memorial contestando alguns pontos da defesa prévia enviada por Renan.
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