Pivô de todo o escândalo do caixa 2 em Londrina e apontado como operador do esquema pela ex-assessora financeira da campanha do PT Soraya Garcia, Augusto Ermétio Dias Júnior, um dos coordenadores da campanha de reeleição do prefeito Nedson Micheleti, no ano passado, decidiu quebrar o silêncio ontem para negar as denúncias.

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Filiado ao PT desde 2001, Dias Júnior conheceu o prefeito na Caixa Econômica Federal, onde é funcionário desde 1987. Com a proximidade de Nedson, tornou-se assessor parlamentar quando o prefeito elegeu-se deputado federal no Congresso. "Somos amigos de longa data", confirmou, denotando a confiança da qual dispõe junto ao chefe do Executivo municipal. Em 1996, exerceu a função de diretor financeiro da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) durante a administração de Luiz Eduardo Cheida (na época PT, hoje PMDB)

Com a demissão da diretoria financeira da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanismo) na última quarta-feira, motivada pelas acusações de Soraya, Dias Júnior reassumiu seu posto nas atividades bancárias no começo da semana na Caixa.

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Sempre na defensiva, declarou ter doado R$ 1 mil para a campanha do prefeito, embora o nome de Dias Júnior não conste da lista oficial de doadores do PT. E negou que Soraya tenha depositado três cheques de R$ 10 mil em sua conta, conforme disse a ex-assessora.

Acompanhado do criminalista João dos Santos Gomes Filho, contratado pelo PT e para quem dirigia os olhares a cada pergunta ou resposta mais complicada, Dias Júnior concedeu entrevista.

Acusações: "A Justiça vai ser feita. Estou tranqüilo quanto a minha honestidade e probidade, porque de forma nenhuma houve o caixa 2 na campanha."

Funções de Soraya Garcia: "Ela preenchia cheques em pequenos pagamentos, mas não era assessora financeira. Apenas fazia o serviço operacional, atender ao telefone e tirar extratos de conta bancárias. Me ajudava em tudo o que fosse necessário, desde a organização até a limpeza do local, recolhimento de orçamentos e preenchimentos de cheques. Ela estava envolvida em todos os tipos de trabalho."

Caixa 2: "Não houve caixa 2. O que pode garantir isso é a minha lisura, a ética e competência e também a responsabilidade assumida desde a campanha diante do público de ser ético na administração. O trabalho foi feito para que todas as doações fossem registradas e não houve compras fora da prestação de contas da campanha. Qualquer eventual falha que possa ter havido foi um equívoco que pode ser corrigido."

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Relação pessoal com Soraya: "Conheço a mãe dela há mais de 20 anos. É uma pessoa doente renal crônica que está na fila do transplante. Numa sessão de hemodiálise nos encontramos e ela pediu encarecidamente ajuda porque estava passando necessidade. Por isso convidei Soraya para me auxiliar na campanha."