O ex-deputado estadual Carlos Simões (PR) foi preso no fim da tarde desta quinta-feira (26) no apartamento dele em Curitiba, por suspeita de peculato, segundo informações do 12º Batalhão da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. O pedido de prisão foi expedido em setembro de 2011 pela 9ª Vara Criminal da capital. O ex-deputado está detido no Centro de Triagem II, no complexo penitenciário de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

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Os motivos da prisão ainda não foram esclarecidos, mas estariam relacionados à investigação do escândalo dos "Gafanhotos", da Assembleia Legislativa do Paraná, em que funcionários de deputados estaduais (vários deles hoje ex-parlamentares) autorizavam que os salários fossem depositados em uma única conta corrente. Em alguns casos, o titular da conta era o próprio deputado, um parente seu ou seu chefe de gabinete. Parte dos funcionários que autorizaram o depósito nunca teria trabalhado no Legislativo.

O caso Gafanhotos começou a ser investigado em 2006 e se concentra nos depósitos de salários de vários servidores da Casa no período de 2001 a 2004. O Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) investigam o assunto. O processo ficou parado por quase dois anos, por dúvidas sobre a competência judicial para a investigação. Em março de 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o caso é da alçada federal e, com isso, a PF e o MPF retomaram o caso.

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Histórico do deputado

Em 2006, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na Casa do Povo, escritório político de Carlos Simões, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, e recolheu documentos e objetos que seriam doados a população. A denúncia, na época, é que as doações eram feitas em troca de votos. Eram distribuídos no local medicamentos, cadeiras de rodas, dentaduras e muletas. Simões foi eleito deputado naquele ano. O irmão de Carlos, o ex-deputado federal Íris Simões (PTB), também usaria o mesmo escritório.

Em maio de 2009, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) cassou o mandato de Carlos sob a acusação de crime de abuso do poder econômico e uso irregular de meios de comunicação. Ele teria usado um programa de rádio indevidamente durante a campanha eleitoral, além de distribuir objetos na Casa do Povo.