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Primeiro condenado do mensalão autorizado a trabalhar fora da prisão, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) cumpriu hoje seu primeiro dia de expediente em um hospital de Cuiabá. Henry, que é médico legista e especialista em medicina hiperbárica (terapia com oxigênio), chegou pouco antes das 7h ao hospital Santa Rosa, o maior da rede privada de Mato Grosso.

Segundo a assessoria da instituição, ele assumiu o cargo de coordenador administrativo, com salário de R$ 7.500, e não terá atuação clínica. O hospital não autorizou a entrada de repórteres. Condenado a sete anos e dois meses em regime semiaberto por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Henry renunciou ao mandato no último dia 13, logo após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter decretado sua prisão.

O principal controlador do hospital é a família Maluf, uma das mais ricas do Estado, com atuação principalmente na construção civil. Na política, o representante mais destacado é o médico Guilherme Maluf (PSDB), deputado estadual --não há parentesco próximo com o deputado Paulo Maluf (PP-SP).

No hospital, funciona uma clínica que consta da declaração de bens entregue em 2010 pelo ex-deputado à Justiça Eleitoral. No documento, Henry afirma ter cotas da Clínica Hiperbárica Santa Rosa. Uma sobrinha, médica, é diretora técnica da clínica.

O advogado de Henry, Décio Arantes, disse ter assumido sua defesa hoje e que não tinha como comentar o tema.A assessoria do hospital disse que a clínica apenas aluga um espaço na instituição e que essa é a única ligação entre as empresas.

A clínica não respondeu aos recados da reportagem.

Transferência

Henry havia sido detido na Papuda, em Brasília, mas acabou transferido em 27 de dezembro, após obter autorização para cumprir pena no anexo da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. Nesta quarta-feira (8), atendendo pedido da defesa, a Vara de Execuções Penais de Cuiabá autorizou sua saída da prisão das 6h às 19h em dias úteis. Aos sábados, a volta deverá ser às 14h, e aos domingos e feriados não haverá saída.

Outros presos do mensalão que fizeram pedido de trabalho esperam resposta da Justiça. O ex-ministro José Dirceu, por exemplo, tem oferta de emprego de escritório de advocacia, para cuidar da biblioteca por R$ 2.100 mensais.

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