O PP decidiu nesta terça-feira, em convenção nacional, reconduzir o ex-deputado José Janene ao cargo de tesoureiro do partido. Os deputados Paulo Maluf (SP) e Pedro Henry (MT) e o deputado cassado Pedro Corrêa (PE) também foram mantidos na Executiva do PP, que terá em seus quadros ainda o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PE). A convenção reelegeu também o deputado Nélio Dias (RN) como presidente da legenda e o governador goiano Alcides Rodrigues como presidente de honra, no lugar de Maluf.
José Janene, Pedro Corrêa e Pedro Henry foram acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. Janene e Henry foram absolvidos. Corrêa, Roberto Jefferson (PTB) e José Dirceu (PT), foram os únicos deputados cassados no caso. Acusado de cobrar propina de um empresário, Severino renunciou e evitou o processo de cassação por quebra de decoro.
Antes da votação que consagrou a nova Executiva, um ex-deputado estadual do Pará fez um discurso emocionado que constrangeu os cardeais do PP:
- Infelizmente eu não tenho votos, sou só um caboclo das barrancas do Amazonas, mas quero fazer aqui um protesto veemente contra a inclusão de nomes que quase levaram o partido à bancarrota. Eu prezo muito esse partido e não concordo com isso. Sou contra a inclusão de nomes de que não deveriam estar nesta Executiva - disse Haroldo Tavares, que, além de deputado, foi prefeito da cidade de Óbidos por quatro vezes.
Passado o constrangimento, Severino Cavalcanti, que estava nos fundos e não foi chamado para participar da mesa, comentou o discurso.
- É um direito dele protestar. Ele disse o que queria e eu tenho que respeitar. Não estamos na ditadura, mas foi o protesto de um só - garantiu o ex-deputado, que renunciou ao mandato para não ser cassado após denúncias de cobrança de propina para prorrogar a concessão de um restaurante na Câmara.
Reconduzido ao cargo de presidente do PP, Nélio Dias pediu paciência e um voto de confiança à Executiva. Ele quer que a imprensa seja "condescendente" com o partido nesse momento, alegando que seria muito dificil afastar nomes que ainda não foram julgados ou condenados pela Justiça comum.
- Vamos olhar o lado bom! No comando do partido tem o Nélio Dias, o governador de Goiás, Alcides Rodrigues, o (Francisco) Dorneles, o ministro Márcio Fortes e tantos outros. Se a gente fosse mexer nisso (afastar), ia dar um problema danado, porque eles não foram condenados pela Justiça e os estados é que mandam pra cá quem eles querem na Executiva. Isso é a democracia, não podemos condenar por antecipação - explicou Nélio Dias.
O líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (PP-BA), disse que eles foram reconduzidos porque o PP daqui para frente não permitirá mais erros.
- Não somos a palmatória do mundo não! A maioria se elegeu, a sociedade já puniu quem errou. Nos outros partidos têm mais gente que errou que o PP. O PP é um partido que fica com seus filiados na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, é um casamento político. Agora, errou, vamos deixar as portas e janelas abertas para que procurem outro caminho - disse.
O PP tem 42 deputados federais, mais de uma centena de deputados estaduais, um senador, um governador e centenas de prefeitos. O partido participa do governo federal com o ministro Márcio Fortes, das Cidades.
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