Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e investigado por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, afirmou que a estatal fez uma "conta de padeiro" ao não estimar direito os custos e não ter um projeto para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A declaração foi a primeira dada por Costa após ser preso da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e passar 59 dias na cadeia. A entrevista foi publicada no jornal "Folha de S.Paulo" neste domingo (01).

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O ex-diretor disse ainda que a Petrobras errou ao divulgar que o custo da refinaria seria de US$ 2,5 bilhões, porque não tinha um projeto para isso - as contas foram feitas com base no custo de produção de uma refinaria no México, segundo ele. O custo total deve ficar em US$ 18,5 bilhões, ou cerca de R$ 41,bilhões. Costa, que comandava o orçamento da obra, se defende e diz que não houve superfaturamento.

Sobre seu relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, outro preso na operação Lava-Jato, afirmou que foi contratado, quando já havia deixado a Petrobras, para prestar uma consultoria no valor de R$ 300 mil, mas negou envolvimento em operações de lavagem de dinheiro ou de remessa de recursos ao exterior. Costa disse ainda não saber se é propina ou não os depósitos feitos por fornecedores da refinaria em contas das empresas de Youssef.

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Questionado sobre a presidente Dilma Rousseff, disse que seu relacionamento com ela sempre foi técnico e amistoso. Acrescentou ainda que a presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre visitavam a refinaria para saber do andamento das obras.

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