Ex-diretor da Petrobras é transferido para Piraquara

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi transferido no começo da tarde de ontem da sede da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida, em Curitiba, para o Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana. A transferência do preso foi executada a pedido do juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.

Costa está preso preventivamente desde o mês passado por suposto envolvimento no esquema de desvio de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele é acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A decisão pela transferência foi tomada depois que uma carta escrita por Costa foi divulgada pela imprensa. No texto, ele dizia que havia sofrido ameaças de um agente da carceragem e que tinha sido impedido de tomar banho e fazer exercícios físicos. A petição da defesa que oficializa o pedido de transferência foi apresentada ao Judiciário ontem.

O advogado Fernando Fernandes divulgou ontem uma nova carta escrita por Costa. No trecho, o preso diz que no último fim de semana teve novas restrições e estaria correndo "risco de vida junto à PF". Segundo a PF, foi instaurado um procedimento administrativo para investigar as denúncias.

Já a defesa reitera o pedido de transferência dele para o Rio de Janeiro, onde é domiciliado, e requer, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a aplicação de medidas alternativas à prisão preventiva.

Embora a defesa argumente que o ex-diretor não deveria estar no Paraná e sim no Rio, onde possui residência, é provável que Costa fique no estado até a fase de interrogatórios do processo, que deve ser marcada para maio ou junho.

Nova rotina

De acordo com a assessoria da Secretaria de Justiça do Paraná, Costa está em uma ala especial do presídio, destinada a presos com ensino superior. Por ora, ele está em uma cela separada, mas essa situação é temporária: caso seja preciso, pela organização do espaço, ele terá de dividir o local com outras pessoas. Lá, Costa entra no esquema de outros presos, com refeições e banhos de sol no mesmo horário. Ele poderá receber visitas familiares uma vez por semana e dos advogados quando for solicitado.