Francischini vai pedir abertura de uma CPI sobre o caso| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Um ex-diretor da Alstom contou em depoimento à Polícia Federal que a multinacional pagou propina a um ex-assessor do senador Valdir Raupp (RO), presidente do PMDB, para rece­ber uma dívida de R$ 42 milhões da Eletronorte, segundo reportagem na revista Veja desta semana. O engenheiro Osvaldo Panzarini, funcionário da Alstom que chegou a ser preso em 2006, contou que a empresa pagou 3% sobre R$ 42 milhões para receber o atrasado da Eletronorte.

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O caso de suposto paga­mento de propina pela Alstom a funcionários de uma empresa ligada ao governo do então presidente Lula (PT) foi revelado pela Folha de S.Paulo, em maio de 2008.

A multinacional francesa atua em duas áreas no Brasil: transporte e energia. A divisão de transporte está sob investigação depois que a Siemens acusou a multinacional de integrar um grupo de empresas que combinavam o resultado de licitações em São Paulo.

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O texto da Veja cita uma conversa telefônica e um depoimento em que o engenheiro da Alstom menciona a negociação que teve de fazer para baixar o porcentual da propina de 5% para 3%. O suborno, de acordo com ele, era para que funcionários públicos liberassem o pagamento. Esses servidores teriam ligação com diretores da Eletronorte indicados por Raupp, segundo a apuração da polícia na época.

A PF fez uma operação de busca e apreensão no gabinete do senador à época. Planilhas com nomes e valores que sugerem a divisão da propina foram apreendidas com José Roberto Parquier, assessor do senador. Raupp o demitiu logo depois da operação.

A planilha cita Raupp e Beto (apelido do assessor) ao lado do valor R$ 498.333,33 à frente do nome de cada um deles. Também é citado o nome "Ademar" ao lado do mesmo valor. A PF diz que se trata de Ademar Palocci, irmão do ex-ministro Antonio Palocci e diretor de planejamento e engenharia da Eletronorte.

A investigação da PF não teve qualquer resultado. O delegado que conduziu a apuração, o atual deputado federal Fernando Francischini, líder do partido Solidariedade na Câmara, diz que vai usar o material para pedir a instauração de uma CPI.

O senador Raupp disse à Veja que o seu nome foi usado por estelionatários. Ademar Palocci não quis se pronunciar.

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