Rio de Janeiro (AE) – O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato nunca foi uma figura de destaque no PT, mas sempre orbitou em torno da cúpula do partido, exercendo cargos de diretoria desde o início da carreira sindical.

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Quando pediu aposentadoria do BB, em julho, acuado pela revelação do nome como um dos sacadores de dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza no Banco Rural, acumulava rendimentos totais de R$ 39.300 mensais. Considerava o salário tão baixo que era "motivo de chacota", como informou, em agosto, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. O dinheiro correspondia ao salário no banco e à participação em conselhos de administração de empresas.

Vaidoso e falante, com a indefectível gravata borboleta que se tornou a marca registrada, ele não tinha participação efetiva em nenhuma das correntes do PT, permanentemente em conflito dentro do partido. Dava preferência a uma atuação mais autônoma e independente. "A relação política dele sempre foi distante dos principais grupos sindicais", afirma um antigo conhecido do movimento sindical.

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Pizzolato começou a carreira política no interior do Paraná na década de 80, quando presidiu o Sindicato dos Bancários em Toledo e, depois, foi presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado. Também foi candidato derrotado ao governo.

Em 1992, foi eleito pelos funcionários da instituição financeira como o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração. Depois passou a integrar a diretoria da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ).

Em Brasília, Pizzolato dividiu apartamento com o então deputado e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, Luiz Gushiken, e atuou junto com o ex-secretário de Finanças e Planejamento da legenda Delúbio Soares.

Mas, somente em julho de 2004 seu nome passou a ser nacionalmente conhecido como diretor de Marketing do BB. No cargo, Pizzolato assinou um contrato de patrocínio de um show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano na churrascaria Porcão da capital federal. A instituição comprou R$ 70 mil em ingressos. O dinheiro arrecadado pelo evento seria destinado à sigla. Exatamente um ano depois, em julho de 2005, o diretor entra, novamente, em evidência, desta vez, com a revelação de que recebera R$ 326.600,67 de uma conta da agência de publicidade DNA Propaganda, de Valério, no Banco Rural.

A ex-secretária do empresário Fernanda Karina Somaggio confirmou que ele era um dos interlocutores constantes do patrão. Para sacar o dinheiro, em janeiro, Pizzolato usou os serviços do contínuo da Previ Luís Eduardo Ferreira da Silva.

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