Em seu depoimento à CPI dos Correios, o ex-diretor dos Correios João Henrique Souza negou responsabilidade na assinatura de aditivos milionários em contratos que beneficiaram as empresas SMP&B e Skymaster, que opera o correio aéreo noturno. Mas, confrontado com as cópias dos aditivos que ele mesmo assinou, reajustando em R$ 18 milhões um contrato de publicidade da SMP&B por apenas 23 dias no fim do ano passado, ele acabou admitindo que tinha ali alguma coisa "esquisita" que precisa ser explicada.
Ex-deputado e ex-ministro dos Tranportes pelo PMDB, João Henrique disse que no caso do aditivo do contrato de publicidade da SMP&B, que pulou de R$ 72 milhões para R$ 90 milhões quando faltavam apenas 23 dias para vencer, pode ter sido induzido a erro pelos assessores. Ele disse que os contratos lhe foram levados pelo chefe do departamento de marketing José Otaviano Pereira.
- A lei diz que depois de 12 meses os contratos podem sofrer um aditivo, mas o aumento de gastos tem de ser justificado, não é automático. Em apenas três linhas o senhor permite o aumento de 25% sem qualquer justificativa, aumentando R$ 18 milhões por apenas 23 dias de serviços que nem sabemos se foram realizados - disse o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS).
- Isso é mesmo esquisito e precisa ser visto. Posso ter sido levado a erro, mas tenho a absoluta sensação de que essa assinatura era para a prorrogação do contrato por mais um ano - disse João Henrique visivelmente perturbado.
No caso da Skymaster, que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) diz ter ligações com o ex-secretário do PT Silvio Pereira, ele não soube explicar por que o contrato da empresa, reduzido de R$ 9,4 milhões para R$ 4,5 milhões por seu antecessor Airton Dipp, em sua gestão houve outra licitação em que a empresa foi vitoriosa em um contrato ainda maior que o inicial, de R$ 9,8 milhões.
- Talvez porque o número de linhas e percursos foram aumentados, não sei... - respondeu João Henrique, ao ser questionado pelo senador César Borges (PFL-BA).
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