O vereador Jorge Bernardi (PDT), presidente da CPI da Urbs, recebeu na manhã de segunda-feira (7) uma ação judicial assinada pelo ex-presidente da Urbs, Marcos Isfer, e pelo presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, que foi diretor de Transportes da empresa de urbanização. Eles exigem, no texto, explicações de Bernardi por declarações que teria dado à imprensa, afirmando que houve irregularidade e alteração no edital das licitações dos ônibus, gerando favorecimento das empresas que já operavam o sistema de transporte urbano, sob pena de responder por queixa-crime.
Procurado pela reportagem, os autores da ação afirmaram que se sentiram lesados pelas declarações de Bernardi. "Ele foi categórico ao afirmar que a diretoria da Urbs criou uma licitação dirigida. Ele que prove agora. Não se brinca com a honra das pessoas", disse Ghignone. "Eu tenho mais de 30 anos de vida pública e nunca tive um problema, e agora chega esse cidadão colocando coisas na boca da gente. A gente só quer que ele se explique. Essa interpelação quer dizer veja lá o que você vai falar", explicou Isfer.
Na tribuna da sessão da Câmara desta segunda, Bernardi disse que a interpelação é uma tentativa de constranger e impedir o funcionamento da CPI da Urbs. "Forças poderosas e terríveis que há décadas comandam Curitiba querem calar a nossa voz", declarou. Outros vereadores, como o presidente da Câmara, Paulo Salamuni (PV), declararam solidariedade a Bernardi.
Em entrevista, o presidente da CPI afirmou também que a ação é uma ameaça a um dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, o que é crime pela Lei das CPIs, e que em nenhum momento citou o nome dos autores. "No meu papel constitucional de dar esclarecimentos à opinião pública, citei o que é de conhecimento público e o que foi investigado não só pela CPI, mas por diversos órgãos, inclusive a comissão de auditoria da Urbs, o Tribunal de Contas e a auditoria dos sindicatos. Todas apontaram irregularidades e os autores assumiram a responsabilidade por elas no momento em que entraram com essa interpelação judicial". "Se ele citou a antiga diretoria da Urbs, que teve vários presidentes, inclusive Isfer e eu, ele está nos responsabilizando também. Ele precisa nos dar explicação disso", rebateu Ghignone. Tanto ele quanto Isfer foram ouvidos na CPI, nos dias 19 e 20 de setembro.
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