Rio de Janeiro (das agências) – A Polícia Federal prendeu ontem Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, ex-empresários do jogador Ronaldo, do Real Madri e da seleção brasileira, suspeitos de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal. De acordo com a acusação, eles teriam aberto empresas em paraísos fiscais para movimentar dinheiro de jogadores e treinadores de futebol.

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A PF estima que os empresários tenham movimentado US$ 24 milhões. Durante a operação da PF, denominada Firula, também foram presos Aloísio Freitas, outros dois sócios de Martins e Pitta e dois filhos de Pitta, Renata e Rodrigo Pitta. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão pela 3.ª Vara Federal Criminal.

Segundo o delegado Bruno Ribeiro Castro, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, os empresários depositavam o dinheiro que recebiam como comissão pela venda de jogadores de futebol no exterior em contas de doleiros, em paraísos fiscais. Esses mesmos doleiros, que também teriam contas bancárias no Brasil, transferiam o valor em reais correspondente ao depósito para contas de empresas nacionais. Dessa forma, o dinheiro entrava no país sem ser declarado à Receita Federal.

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Reinaldo Pitta e Alexandre Martins já tinham sido presos em 2003 por causa do escândalo do Propinoduto II, esquema de corrupção que envolvia fiscais da Receita Federal, auditores e empresários. Os dois foram condenados, mas estavam recorrendo da decisão em liberdade.

Segundo a polícia, para continuar praticando irregularidades semelhantes às do propinoduto, foram montadas pelo menos dez empresas no nome dos filhos de Pitta. "Por causa do bloqueio, eles constituíram outras empresas para poder voltar a operar. Eles utilizam outras corporações para viabilizar o retorno do capital que tinham no exterior", explicou o delegado.

A Polícia Federal suspeita ainda que jogadores de futebol agenciados pelos empresários também tenham se beneficiado do esquema. "O esquema deles também propiciava que jogadores transferissem para o Brasil recursos que têm no exterior, sem passar pelo Fisco", disse Bruno Ribeiro Castro.

Assim como a Operação Babilônia, que prendeu 9 pessoas anteontem, as investigações da operação de hoje são desdobramentos do caso conhecido como Propinoduto, escândalo que revelou um esquema de envio irregular de mais de US$ 30 milhões para o exterior por um grupo de fiscais do Estado do Rio.