A ex-estagiária da Petrocoque Carolina de Paula Farias dos Santos, 23 anos, vai responder à Justiça por um homicídio duplamente qualificado - com intenção de matar, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima - e duas tentativas de homicídio. Carolina é acusada pela morte de uma funcionária da empresa, Monica Tamer de Almeida, assassinada quando saía de casa, em Santos, rumo ao trabalho. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público e aceita pela Justiça de Santos, que determinou também prisão preventiva de Carolina e de mais quatro acusados de participar do crime.
Carolina, que é casada e formada em Administração de Empresas, já está presa desde 18 de janeiro, quando teve prisão temporária decretada. Segundo a polícia, ela confessou que mandou matar Monica. A idéia era que o posto de trabalho de Monica ficasse livre para ser ocupado por outra pessoa, abrindo vaga para que a própria Carolina fosse contratada.
- Ouvi funcionários da Petrocoque e tenho fotos provando que Carolina visitou Monica durante o período de licença-maternidade. Isso prova que ela sabia onde a vítima morava - diz o delegado Rony da Silva Oliveira, do 3º Distrito Policial de Santos.
A polícia chegou a Carolina após rastrear ameaças telefônicas feitas a uma funcionária da Petrocoque, que cobriu a licença-maternidade de Mônica.
O promotor de justiça Octávio Borba de Vasconcellos Filho, da Vara do Júri de Santos, afirmou que os três crimes dos quais Carolina é acusada serão processados e julgados em Santos.
Carolina trabalhou como estagiária da Petrocoque entre dezembro de 2004 e julho de 2005. Neste período, teve um relacionamento amoroso com o chefe. Encerrado o estágio, ela tentou retornar à empresa para continuar o romance com o amante e não conseguiu.
- Ela engendrou uma série de fatos que visaram eliminar a esposa do amante e, depois, duas funcionárias com a finalidade de ser contratada no lugar delas - disse o promotor.
Segundo ele, Carolina procurou conhecer os costumes, horários e itinerários de suas vítimas, repassando as informações obtidas ao primo Rodolfo Queiróz dos Santos, de 25 anos. Foi Rodolfo quem entrou em contato com os demais acusados: Éwerton Moura de Andrade, de 19 anos, Aislan Dionísio Nascimento, de 25, e Edson Siqueira dos Santos, o Kimbau, de 24. Dos cinco acusados, apenas Aislan Nascimento permanece foragido, embora esteja com prisão decretada pela Justiça.
O primeiro crime atribuído a Carolina ocorreu em 6 de setembro de 2005, na esquina das Ruas Oswaldo Cóchrane e Alfaia Rodrigues, no Embaré. Esposa do amante da acusada, a vítima conseguiu escapar ilesa porque gritou por socorro e fugiu correndo. Nesta ocasião, Carolina estava acompanhada por Éwerton e Rodolfo. Esta primeira investida foi tratada pela Polícia Civil como tentativa de seqüestro, mas o Ministério Público a interpretou como tentativa de homicídio.
A outra tentativa de homicídio da qual Carolina é acusada ocorreu no km 34 da Via Anchieta, no trecho de São Bernardo do Campo. Funcionária da Petrocoque, Renata Borelli, de 24 anos, saiu da empresa, em Cubatão, e se dirigia de carro para sua residência. Durante o trajeto, Renata teve o veículo interceptado por um Celta verde, que pertence a uma cunhada da Carolina. A ex-estagiária estava ao volante, tendo como passageiros Aislan e Kimbau. O foragido Aislan está sendo apontado por Kimbau como o autor dos tiros dados na direção do carro da vítima.
Três disparos acertaram a lataria e um quarto, o ombro de Renata.
- A morte da vítima só não aconteceu porque o disparo não atingiu um órgão vital e ela recebeu os cuidados médicos de imediato - disse o promotor.
O crime mais grave foi o assassinato de Mônica Tamer Cruz de Almeida, de 42 anos, executada a tiros na Rua Egídio Martins, na Ponta da Praia, em Santos, momentos após sair de casa para o trabalho. Como nos outros casos, Carolina também dirigia um carro para os comparsas e o veículo usado foi o Corsa branco do marido. Aislan e Kimbau teriam substituído Éwerton porque ele foi considerado 'ineficiente' no primeiro crime. Segundo a polícia, cada um deles receberia R$ 3 mil pelo assassinato.
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