O ex-funcionário da fazenda do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), Jonas Aurélio de Lima Leite, declarou à Polícia Federal que documentos apreendidos na 11ª fase da Operação Lava Jato são comprovantes da compra de votos por parte de Corrêa.
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Leia a matéria completaCorrêa foi preso por conta da última fase da Lava Jato, suspeito de receber recursos do doleiro Alberto Youssef oriundos do esquema de corrupção na Petrobras. Ele também já havia sido condenado no mensalão.
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O depoimento à CPI da Petrobras do empresário Augusto Mendonça, acionista da Toyo Setal e delator da Operação Lava Jato, que estava previsto para esta terça-feira (14), foi adiado para o próximo dia 23.
A advogada Beatriz Catta Preta, que acompanha Mendonça, avisou à CPI que tinha um outro compromisso e não poderia comparecer, pedindo o adiamento do depoimento.
Com isso, a CPI fará apenas sessão deliberativa, na qual seus integrantes votarão novos requerimentos de convocações e de pedidos de informações.
Augusto Mendonça, em sua delação premiada, confirmou a existência de um cartel de empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras mediante o pagamento de propina.
Segundo Jonas, os documentos eram recibos de pagamentos de energia elétrica, contas de água, pagamentos de combustíveis, peças de veículos e compra de materiais de construção, que eram arquivados no escritório da fazenda onde trabalhava. “As compras de voto foram feitas na cidade de Brejo da Madre de Deus (PE), mediante a procura dos eleitores e oferecimento por parte de Pedro Corrêa”, diz trecho do depoimento de Jonas à PF. Segundo ele, os pagamentos eram feitos através da equipe política do ex-deputado.
O ex-funcionário informou que, quando deixou esse trabalho, em 2013, retirou os documentos para denunciar as irregularidades, mas que não procurou nenhum órgão público.
Suspeito de ser laranja de Corrêa por ter movimentações financeiras altas em sua conta bancária, Jonas informou à PF que tinha salário de R$ 1.500 mas que também recebia recursos em sua conta para pagar outros funcionários da fazenda. O valor depositado, segundo ele, era em média de R$ 20 mil mensais e era sempre usado para as despesas da fazenda.
Ele negou conhecer o doleiro Alberto Youssef, apontado como autor de repasses para o ex-deputado.
Também ouvida pela Polícia Federal, Vera Lúcia Leite Soiusa Shiba, ex-funcionária de Pedro Corrêa na Câmara, informou que era obrigada a repassar metade do seu salário ao chefe de gabinete do parlamentar.
Ela disse também que nunca indicou contas suas para depósitos do doleiro Alberto Youssef e disse que não o conhecia. Procurado, o advogado de Corrêa, Michel Saliba, afirmou que não podia comentar porque desconhecia os referidos documentos e ainda não tinha tido acesso a eles.