O ex-gerente de Segurança Empresarial da Petrobras Pedro Aramis desmentiu a estatal em depoimento à CPI nesta terça-feira (30) e afirmou que a investigação interna feita sobre os pagamentos de propina pela empresa holandesa SBM Offshore identificou “cinco indícios que apontavam para uma probabilidade relativamente alta de que alguma coisa errada houvesse ocorrido”.
Em março do ano passado, a Petrobras divulgou anunciando informando que a comissão de apuração interna “não encontrou fatos ou documentos que evidenciem pagamento de propina a empregados” da empresa. Na época, a estatal começou a ficar sob forte pressão política após a divulgação do caso, que aumentou após a Operação Lava Jato.
Posteriormente, a própria SBM identificou internamente os pagamentos de propina e fechou um acordo com o Ministério Público da Holanda. O ex-gerente da estatal Pedro Barusco admitiu em sua delação premiada que recebia propina da empresa holandesa. O caso atualmente está sob investigação pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Aramis informou à CPI da Petrobras que foram identificados altos pagamentos de comissão às empresas do representante da SBM no Brasil, Julio Faerman, incluindo contas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, que podem ter sido usados para o pagamento de propinas na Petrobras. Também foram encontrados documentos sigilosos que haviam vazado da Petrobras para a SBM, “que não chegariam lá se não houvesse alguma facilitação feita por alguém”, afirmou.
“A SBM pagava para as empresas do senhor Julio Faerman percentuais variáveis de 1% a 5% [sobre o valor dos contratos]. Em geral 1% era depositado ou para Faercom ou para Oildrive, são empresas brasileiras. O restante era depositado em nome de quatro empresas, uma das quatro empresas que o senhor Faerman mantinha nas Ilhas Virgens britânicas”, explicou sobre os achados da auditoria.
Aramis, porém, afirmou que a auditoria interna não conseguiu avançar. “Havia um conjunto robusto de indícios de alguma coisa irregular mas infelizmente, utilizando os instrumentos legais, que nós dispúnhamos, nós não conseguimos ir além disso”, disse Aramis à CPI. Ele explicou que, por exemplo, não conseguiram identificar quem foi o responsável pelo vazamento dos documentos à SBM.
Procurada para explicar a divergência entre as declarações de Aramis e o comunicado de que não havia encontrado irregularidades, a Petrobras ainda não respondeu.
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