Ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso e apoiador do PSDB nas eleições de 2002 e 2006, Eliseu Padilha deve assumir na próxima terça-feira (23) a vaga de Mendes Ribeiro, novo ministro da Agricultura, na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao G1, Padilha, do PMDB do Rio Grande do Sul, afirma que é da base aliada e não vai pleitear cargos no Executivo.
Ele afirmou ainda que, se o partido não estivesse na chapa com a presidente Dilma Rousseff em 2010, provavelmente teria sido coordenador da campanha tucana, como nos anos anteriores, e acabaria eleito deputado. Padilha garante, no entanto, que a partir de semana que vem seguirá as orientações do PMDB nacional nas votações da Câmara, quem tem à frente o lider Henrique Eduardo Alves (RN).
"Quando Michel [Temer] falou comigo, eu disse a ele: 'tu é o chefe, me diga'. Ele disse: 'não, o chefe é o Henrique Eduardo Alves na Câmara', que meu comportamento seria ditado pelo líder. O PMDB é governo? Eu sou PMDB, estarei contigo [PMDB] votando com sua orientação. Não quero indicar ninguém, não quero cargo no Executivo porque o PMDB do Rio Grande do Sul é assim", disse Padilha ao G1.
Suplente de Mendes Ribeiro, que assume o ministério no lugar de Wagner Rossi, Padilha disputou a eleição para deputado no ano passado, mas não foi eleito, ficou na suplência. Ele diz que perdeu votos por conta da posição de "neutralidade" que tomou na disputa presidencial.
"É uma disputa entre PT e PMDB. Em 2002 e 2006, fui mais votado. Em 2010, se não fosse pelo Michel Temer, eu podia estar junto com PSDB candidato, mas em compensação eu tive que ficar numa situação de neutralidade. Claro que tinha que votar com Michel, mas perdi o voto de opinião. Se eu tivesse aderido 1000% à Dilma, minha base diria que era um traidor. Se eu tivesse encampado a campanha do Serra, PMDB diria que também era traidor. Então, fiquei neutro", afirmou.
Padilha garante que estará com a base em votações importante no Congresso desde que essa seja a posição do PMDB. "Somos base do governo. Ponto. Nos conflitos entre governo e PMDB, podemos ter posição de independência. O PT é aliado, sim, mas se chegar e tiver de escolher entre um e outro, vai o PMDB", disse.
Mudança na Agricultura
Wagner Rossi pediu demissão na quarta-feira (17), após semanas consecutivas de denúncias de irregularidades na pasta que comandava. A mais recente, nesta terça, dava conta do uso pelo ministro de um jatinho de uma empresa do ramo agropecuário.
A carta de demissão foi publicada no site do ministério. No texto, Rossi agradeceu a "confiança" que recebeu da presidente Dilma Rousseff e classificou de "mentiras" as denúncias contra ele. Disse que teve familiares e amigos atacados. "Minha família é meu limite. Aos amigos tudo, menos a honra", afirmou.
Na quinta, o Planalto confirmou o nome de Mendes Ribeiro para o lugar de Rossi. Em entrevista, o deputado afirmou que pretende "aprender" antes de adotar medidas.
Ele disse que irá conversar com o ex-ministro da pasta Wagner Rossi, que pediu demissão após denúncias de irregularidades.
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