O ex-ministro (da Fazenda e da Presidência) Nelson Machado afirmou em depoimento à ação penal relativa à Operação Zelotes que não vê problema em representantes do setor privado terem acesso a Medidas Provisórias (MPs) na fase de elaboração do texto.

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Ele acrescentou que o sigilo só é necessário no caso de propostas de temas sensíveis, que gerem impacto ao mercado financeiro. “Creio que não [havia sigilo], [as MPs] eram transparentes [...] Não vejo problema nisso (particular ter acesso ao texto da MP)”, concluiu, referindo-se ao período em que atuou como secretario-executivo da Fazenda, durante a gestão de Guido Mantega.

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Justiça nega liberdade a lobistas da Operação Zelotes

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Arrolado pelos advogados do lobista Alexandre Paes dos Santos (APS), Machado não foi perguntado se as medidas provisórias investigadas pela Zelotes estão entre as que deveriam ser mantidas em sigilo. O atual secretário-executivo da Fazenda, Dyogo Oliveira, ouvido em audiência no dia 25 de janeiro, disse que “não é normal” empresas terem conhecimento do conteúdo de uma MP antes da publicação.

Nelson Machado prestou depoimento por vídeo conferência, na Justiça Federal de São Paulo, já que o processo está em curso na capital federal. Questionado, ele afirmou que jamais recebeu oferta de propina nem soube de episódio semelhante envolvendo as MPs alvo de apuração.

O nome de Machado apareceu na agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, apreendida pela PF durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

O ex-secretário-executivo de Mantega afirmou que não conhece APS nem consegue identificar a relação de seu nome com os fatos apurados.

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A Zelotes identificou indícios de que lobistas das montadoras de automóveis participaram da discussão dos textos finais de MPs que interessavam ao setor. O foco principal da operação é a suspeita de pagamento de propina a agentes públicos para a aprovação das propostas que concediam benefícios fiscais às montadoras.